A Câmara Municipal de Barcelos recuou no traçado original da ciclovia urbana, depois de a população se manifestar contra.
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Nas avenidas João Duarte e D. Nuno Álvares Pereira as obras pararam e está a ser estudada uma alternativa. Já na rua Pedro Álvares Cabral, onde estavam a ser suprimidas duas faixas de rodagem, começaram, na quarta-feira, a ser retirados os delimitadores da ciclovia, passando o trânsito a circular em quatro vias.
A rede ciclável, com cerca de 16 quilómetros de extensão, tinha como um dos principais objetivos chegar aos estabelecimentos escolares. Contudo, as obras pararam precisamente junto a duas das principais escolas da cidade. Questionada pelo JN, a Câmara de Barcelos refere que “esse assunto está a ser estudado face ao grande impacto que eventualmente poderá ter na capacidade do estacionamento”.
O motivo apontado não deixa de causar estranheza, uma vez que, de acordo com a própria autarquia, a “redução de cerca de 100 lugares” de estacionamento seria colmatada “com o parque a ser construído na envolvente da rua de Olivença [dista cerca de 500 metros das escolas], que terá capacidade para, aproximadamente, 200 viaturas”.
Delimitadores retirados
Outro ponto que estava a causar discórdia na população diz respeito à rua Pedro Álvares Cabral, em Arcozelo, onde as quatro faixas de rodagem passariam a duas com a ciclovia. Trata-se de uma zona onde facilmente o trânsito "entope"’ devido à proximidade de uma passagem de nível. O constrangimento causado com o desaparecimento dessas duas vias, salienta o município, “desaparecerá quando a Infraestruturas de Portugal iniciar a obra de supressão dessa passagem de nível”. Ainda assim, a autarquia parece ter feito marcha atrás no projeto e, esta quarta-feira, começaram a ser retirados, nessa artéria, os delimitadores da ciclovia, passando a circular-se nas quatro faixas.
Recorde-se que, ao JN, a Câmara afirmou que, “quando o atual executivo camarário tomou posse, o projeto da ciclovia já estava aprovado e já tinha concurso público concluído”. Uma contradição, uma vez que, em fevereiro deste ano, Mário Constantino afirmava em comunicado que “nenhuma” das “principais obras candidatas a fundos comunitários”, onde se inclui a ciclovia urbana, “tinha concurso público concluído”.