A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Bragança vai ser transformada num novo espaço público ajardinado para atividades lúdicas e educativas, com uma cobertura total de 6.800 m2.
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A ETAR construída há mais de duas décadas numa das margens do rio Fervença tem dado azo a polémica ao longo dos anos, por estar localizada numa zona a jusante do castelo de Bragança, além de em dias de vento os maus odores chegarem à cidadela, onde o monumento está situado.
O vice-presidente da Câmara de Bragana, Paulo Xavier, indicou ao JN que ainda não há data para o projeto avançar, mas que é uma ambição do município concretizar uma solução que minimize o impacto visual da ETAR, todavia para já estão a avaliar possibilidades de concretizar o projeto escolhido num concurso de ideias e verificar fontes de financiamento. “Mudar a ETAR para outra zona custaria entre 10 a 15 milhões de euros, o que é muito dispendioso, pelo que se pudermos gastar um milhão ou um milhão e meio já seria um ganho. A questão do mau odor foi resolvida, através de um sistema de desodorizante que quando há injeção de mau cheiro dispara. Atualmente, é raro sentir-se mau cheiro. O impacto visual mantém-se, porque é uma estrutura de grande dimensão”, explicou Paulo Xavier.
O município quer plantar naquela área 1100 árvores para tornar aquele espaço uma área agradável. “A nova cobertura da ETAR de Bragança vai permitir a utilização pública desta infraestrutura que, até agora, tinha como função apenas o tratamento de águas. O projeto ilustra como é possível acrescentar valor a infraestruturas existentes com a adição de funções recreativas”, descreveu uma fonte do escritório de arquitetura MASSLAB, que ganhou o concurso público do projeto de reconversão lançado pela Câmara Municipal.
Os arquitetos tornaram esta cobertura numa infraestrutura performativa e um novo espaço público com funções lúdicas e educativas, acessível a todos. “Foca-se na reabilitação urbanística integral da paisagem, com a incorporação de uma cobertura”, explica a mesma nota.
Através da relação visual entre o interior na operação do tratamento de águas e a cobertura acessível e ajardinada, com um objetivo didático, cria-se uma dinâmica entre o espaço privado da infraestrutura e o espaço público. Para melhor integrar a ETAR à paisagem, os acessos existentes foram preservados e enriquecidos com novos elementos, como miradouros e ligações pedonais para caminhadas. Um destaque especial foi dado à criação de um percurso pedonal ao longo do Rio Fervença, que, além de valorizar os caminhos já com carácter temático de relevância para o município. “Entendida a importância de alterar a perceção negativa associada às ETARs através das necessidades básicas de desinfeção e desodorização, os arquitetos sentiram necessidade de transformar esta estrutura num elemento participativo na cidade, capaz de promover novas zonas lúdicas, educativas e de lazer”, acrescenta a nota.