A previsão orçamental da Câmara de Espinho para 2022 aponta para um défice de 7,5 milhões de euros, segundo as contas do novo Executivo camarário.
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Essa verba estará relacionada, maioritariamente, de acordo com a mesma fonte, com as obras em curso na cidade, como a requalificação do canal ferroviário de Espinho (ReCaFE). O novo Executivo socialista irá, por isso, promover uma auditoria às contas do município.
16 milhões de euros é o valor pelo qual está orçada, neste momento, a obra do ReCAFE, cujo preço inicial era de 13 milhões. A Câmara receia nova derrapagem.
Segundo fonte da Autarquia, as despesas calculadas para o próximo ano, fruto dos compromissos em curso e já assumidos, estarão a criar um défice a rondar os 7,5 milhões de euros, não havendo receita necessária prevista que cubra o valor apurado.
Nessa verba estão excluídas as dívidas a médio e longo prazos, estando somente integrados os diversos compromissos assumidos pelo anterior Executivo social-democrata, nomeadamente, a requalificação urbana da cidade.
A mesma fonte afirma que a elevada concentração de obras, a "falta de planeamento e a posterior derrapagem das diferentes intervenções urbanas", cujos trabalhos adicionais ainda poderão ascender a mais cinco milhões de euros, "são a principal causa para a previsão deste défice nas contas do próximo ano".
Plano de ação
O atual Executivo, liderado por Miguel Reis, está já a preparar um plano de ação para fazer frente a essa derrapagem. Contudo, perante as primeiras informações, o presidente da Câmara de Espinho irá avançar, em breve, com uma auditoria para apurar a real situação financeira do município.
Questionado pelo JN, o presidente da Câmara diz que a situação é "preocupante e condiciona gravemente o futuro do município".
Hoje, Miguel Reis vai apresentar, às 21 horas, numa sessão pública informativa designada "Prestar Contas - 1.oºMês de Mandato", o défice do município e algumas das prioridades empreendidas neste primeiro mês e futuras intervenções prioritárias.
As obras de requalificação do canal ferroviário de Espinho, assim como outras na cidade, sofreram vários atrasos ao longo da sua execução.
Em julho, o então Executivo liderado por Pinto Moreira anunciava que as obras de requalificação do ReCaFE deveriam estar concluídas até setembro passado, o que não veio a concretizar-se. Mas este foi apenas um dos vários atrasos nas datas inicialmente previstas.