O vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, reconheceu, esta segunda-feira, na reunião camarária para serviu para aprovar o relatório e contas de 2022, que o projeto do polo tecnológico da Madalena "correu mal".
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"Correu mal, mas não temos culpa", disse Patrocínio Azevedo, que substituiu o presidente Eduardo Vítor Rodrigues, ausente no estrangeiro.
O tema foi levantado pelo vereador social-democrata Cancela Moura, quando criticou a Câmara "pelos grandes anúncios, que não passam disso mesmo". O PSD, que votou contra o relatório e contas de 2022, mencionou o caso do polo tecnológico, mas também do centro de congressos.
"Não podemos deixar de lamentar as expectativas geradas", referiu Cancela Moura, acerca do polo que estava projetado para a Madalena, com um orçamento de "700 milhões de euros" e a promessa de "15 mil postos de trabalho".
O vice da Câmara começou por dizer que "não correu bem". Durante o discurso, admitiu: "Correu mal, mas não temos culpa". Explicou que o polo era um "investimento de privados", que o "Município acarinhou".
Em relação do centro de congressos, também assinalou que o "investimento do Município é zero". Mas, neste caso, o projeto é para continuar. "Há derrapagem no prazo, porque entretanto aconteceram coisas, como a pandemia e a guerra", comentou.
"Impostos e despesas com pessoal"
Para justificar o voto contra, acerca do relatório e contas que teve um resultado líquido positivo de 1,8 milhões de euros, Cancela Moura falou do "aumento de impostos" e criticou o "maior volume de despesa com pessoal".
"Na verdade, as despesas com pessoal, tal como as receitas em impostos, quase duplicaram. Se em 2013, as despesas com pessoal se quedavam pelos 33 milhões de euros, nove anos depois, essas despesas, cresceram sempre, sem parar, cifrando-se em 2022, praticamente em 60 milhões. E não nos parece que a própria descentralização de competências, mormente na educação, sirva de justificação", afirmou.
O relatório e contas foi aprovado com os votos a favor da maioria socialista.