A Câmara de Gaia disponibilizou-se para ser mediadora no conflito entre a APDL - Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo e a Socrenaval empresa responsável pelo estaleiro de barcos rabelos junto ao Cais de Gaia
Corpo do artigo
A empresa recebeu uma notificação da APDL que deu 15 dias para o desmantelamento dos estaleiros que existem há 70 anos. A administração portuária argumenta que a licença da Socrenaval expirou há duas décadas, mas António Dixo de Sousa, responsável pela empresa assegura que sempre pagou pela ocupação do espaço e disse, ao JN, que vai avançar com uma providência cautelar.
"Apesar de reconhecermos tratar-se de um dossiê que está fora das nossas competências próprias, disponibilizamo-nos para assumir o papel de mediadores deste processo, visando restabelecer os canais de comunicação para uma rápida e justa resolução do problema", escreve Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, numa carta enviada ao presidente da APDL, Nuno Araújo.
" O município de Gaia conhece e aceita que todos os procedimentos administrativos e financeiros devam ser seguidos pela Socrenaval, de acordo com a lei e num tratamento igualitário. Mas a solução pode passar por um reforço do diálogo na busca de uma melhor solução", argumenta o autarca, apelando à serenidade para que se consiga encontrar uma "solução digna para ambas as partes". Até porque, sublinha, foi "com surpresa e preocupação" que acompanhou as notícias sobre a ordem de saída da Socrenaval.
A APDL explica que pretende lançar um concurso para todos os interessados em ocupar o espaço, uma vez que a licença da Socrenaval expirou em 2000.
A empresa garante que sempre continuou a pagar pela ocupação do espaço junto ao Cais de Gaia e lembra que é a única que repara e constrói barcos rabelos, pelo que se reveste de interesse histórico, estando em marcha o processo para a sua classificação.