A Câmara de Gaia está a negociar com o proprietário do terreno do Cantinho das Aromáticas a compra ou permuta desse terreno, em Canidelo. Ao JN, Luís Alves, responsável pelo Cantinho das Aromáticas, confirma que vários fatores, entre os quais o fim do contrato de arrendamento, "inviabilizam a continuidade da empresa", que apresentou um plano de insolvência. O autarca Eduardo Vítor Rodrigues explica que o objetivo da Câmara é "negociar o terreno para fins públicos", seja para um parque ou para o Cantinho.
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"A empresa ocupa cerca de 3 hectares da secular Quinta do Paço, em Canidelo, espaço cujo contrato de arrendamento rural terminará a 15 de dezembro de 2024. Na impossibilidade de dar continuidade ao projeto nesta Quinta, nos últimos 4 anos lutamos com todas as nossas forças para viabilizar a sua continuidade num outro espaço, algo que infelizmente não conseguimos. A proximidade do final do contrato de arrendamento, somada à atual conjuntura social e económica, inviabilizam a continuidade da nossa empresa", afirma Luís Alves.
"A todos os nossos fornecedores, clientes, amigos e familiares queremos agradecer o apoio e carinho, foram mais de duas décadas de uma missão de uma riqueza humana, científica, cultural e sociais absolutamente extraordinárias", acrescenta.
O Cantinho das Aromáticas celebrou o 21º aniversário no passado dia 10 de janeiro.
Autarquia tenta "ajudar a salvar" a empresa
A Câmara de Gaia quer tornar "verdadeiramente público" o terreno onde está instalado o Cantinho das Aromáticas, uma quinta medieval próxima do centro da cidade onde reside um projeto de agricultura biológica.
"O Município de Gaia está em negociações com o proprietário [do terreno] para adquirir ou permutar o dito terreno, por forma a tornar aquele espaço verdadeiramente público, se possível com o Cantinho das Aromáticas", lê-se numa resposta remetida à agência Lusa.
Nesse texto, o presidente da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, sublinha que o objetivo da Câmara é "negociar o terreno para fins públicos".
"No local ocupado pelo Cantinho das Aromáticas não é permitido construir, sendo zona verde", é salientado.
Em causa está um espaço privado que está arrendado ao Cantinho das Aromáticas, um negócio ligado à agricultura biológica e com objetivos ambientais e pedagógicos instalado em Canidelo.
Anos de pandemia e crise
A autarquia de Gaia diz ter conhecimento que "a empresa apresentou um plano de insolvência ao Tribunal, devido às dificuldades financeiras que vive e às consequências dos últimos anos de pandemia e de crise", mas garante que está a tentar "ajudar a salvar o Cantinho das Aromáticas da insolvência".
"A Câmara quer adquirir o terreno para o Cantinho ou para parque público, evitando que a insolvência se concretize. Para tal, temos contado com uma relativa abertura do proprietário, aliás, membro eleito da Assembleia Municipal de Gaia pela Iniciativa Liberal, por isso com sensibilidade seguramente maior", é referido na resposta à Lusa.