Mais de 20 famílias da aldeia mineira do Lousal, no concelho de Grândola, começam a ser realojadas a partir do início de 2013, resolvendo um processo que o município tem em mãos há 15 anos.
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Os antigos mineiros e as viúvas de antigos trabalhadores que residem em bairros pertencentes à Sapec, empresa ligada à exploração da mina do Lousal, serão realojados em casas municipais, explicou hoje à agência Lusa a vice-presidente da Câmara Municipal de Grândola, Graça Guerreiro Nunes.
As 24 famílias moram, atualmente, nos bairros implantados numa zona denominada ZT2 (Especializados, São João, São Marcos, Serrinho e rua 25 de Abril), para a qual a Sapec tem em perspetiva "projetos turísticos", informou a autarca, que representa o município na Fundação Frédéric Velge, criada para gerir o património da mina do Lousal, desativada em 1988.
Os moradores serão realojados numa zona pertencente ao município, denominada Lousal I, que compreende os bairros da Direção, Quartéis, São Jorge, Santiago, Barranquinho e Santa Bárbara.
O realojamento será feito através da instalação das famílias em casas existentes nessa zona, após obras de conservação, e em novas moradias, que serão construídas com recurso a financiamento pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), adiantou Graça Guerreiro Nunes.
O caso remonta a maio de 1997, quando a Sapec passou para o município a titularidade das habitações de Lousal I, ao abrigo de um acordo que responsabilizava a câmara pelo realojamento dos habitantes da ZT2.
Nos bairros de Lousal I, a autarquia procedeu a melhorias em "todas as habitações" e foram feitas, até ao presente, perto de 50 escrituras de compra e venda com os moradores, o equivalente a cerca de 80 por cento dos casos.
Agora, o município avança com o realojamento dos habitantes da ZT2, num processo que deverá estar concluído em 2014, cumprindo um acordo que vigora há 15 anos.
Através de uma adenda a esse acordo, discutida recentemente entre a Sapec, a Câmara e a Junta de Freguesia de Azinheira de Barros, à qual a localidade do Lousal pertence, o município irá também regularizar a situação dos moradores dos bairros do Salão, Laranjeiras, Palmeiras, São Bernardo e parte da rua 25 de Abril, pertencentes à empresa, adiantou Graça Guerreiro Nunes.
A propriedade das habitações será transferida para o município, que depois as passará, a "custo zero", para os moradores, que terão, desta forma, um "tratamento igualitário" face aos restantes habitantes da localidade.
A mina do Lousal foi explorada entre 1900 e 1988, estando integrada na Faixa Piritosa Ibérica, que se estende por 250 quilómetros, entre o Vale do Sado e o Vale do Guadalquivir, próximo da cidade espanhola de Sevilha, na Andaluzia.