Câmara do Porto vai comprar ilha dos Moinhos mas ainda não sabe se mantém moradores
A Câmara do Porto está a desenvolver os procedimentos para comprar na totalidade a ilha dos Moinhos, nas Fontainhas, estando ainda em aberto o futuro dos moradores, confirmou esta segunda-feira o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, no final da reunião do Executivo.
Corpo do artigo
O "ponto da situação" do bairro foi questionado pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, antes do início da reunião, uma vez que a autarca visitou o local no sábado e mostrou-se preocupada com a falta de "condições de habitabilidade de alguns moradores".
Segundo explicou Pedro Baganha, "o primeiro passo é comprar a ilha na totalidade, o segundo é perceber quais são as condições geofísicas daquele território". E acrescentou: "Não podemos esquecer que debaixo desta ilha passa uma ribeira, a ribeiras das Patas, que provocou os problemas em janeiro".
O vereador referiu que "há um estudo hidrológico que tem de ser feito", salientando que "o Plano Diretor Municipal prevê para esta zona uma bacia de retenção, ou seja, um mecanismo para resolver estas enxurradas rápidas".
Quando questionado pelo JN se os moradores vão ser mantidos no bairro, Pedro Baganha assumiu que "é prematuro saber qual será o futuro da ilha", estando "todas as possibilidades em aberto" . E reforçou: "Qualquer que seja a resolução deste problema, inevitavelmente passará pela aquisição da ilha por parte do Município e é isso que está em curso, porque há um problema de segurança e tem de ser resolvido".
Por agora, decorrem "avaliações preliminares e contactos com os proprietários", confirmou Baganha, dando conta que "desde as enxurradas de janeiro, quatro casas da ilha estão interditadas pela Proteção Civil por motivos de força maior". Das quatro famílias, "duas já foram realojadas e uma terceira ainda não foi realojada - apesar de já ter sido proposto duas alternativas que não foram aceites -, porque o agregado manifesta vontade de permanecer na freguesia do Bonfim, coisa que está um curso, prevendo-se que a casa, que está a ser reabilitada, esteja pronta no final do mês de junho".
Ilda Figueiredo congratulou-se com o facto de estarem a decorrer "as avaliações e os contactos com os proprietários visando o objetivo da aquisição do bairro", sublinhando que a preocupação é a melhoria das condições de habitabilidade dos moradores que foram afetados pelas enxurradas.
Também Sérgio Aires, vereador do Bloco de Esquerda, manifestou estar "muito satisfeito" com a compra das casas por parte do Município, uma vez que tinha "insistido" que isso acontecesse. "Esperemos que este tipo de postura se generalize a outros locais e problemas da cidade, que estão na mesma circunstância desta pressão urbanística e especulação imobiliária".