O pelouro do Urbanismo da Câmara de Braga, em despacho do vereador João Rodrigues, mandou demolir, no prazo de dez dias, o miradouro, de 16 metros de altura, colocado no espaço anexo à Casa dos Coimbras, em Braga, que é monumento nacional.
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"A estrutura não é nem nunca foi legal", disse, hoje, fonte camarária ao JN, vincando que, se a empresa que gere o espaço não acatar a decisão, o Município desmontará o "miradouro" de forma coerciva.
Contactado a propósito, Luís Aguiar Campos gestor da empresa "A torre dos Coimbras", disse que ainda não tinha conhecimento da decisão, mas garantiu que a desmontagem será feita logo que a notificação chegue: "tínhamos a indicação de que a montagem de uma estrutura provisória, por um período de 90 dias, não precisava de licença, mas se assim não é agiremos em conformidade", sublinhou.
O empresário, ligado ao setor da recuperação do património, sublinha que nunca agiu fora da legalidade e dá como exemplo o próprio projeto que elaborou para a recuperação da Casa e da capela anexa, que já foi aprovado pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN)e que será executado em breve.
Adiantou que, a partir de agora, vai encetar contactos formais com a Autarquia e com a DRCN com vista a apresentar um projeto para a construção de uma estrutura definitiva, um miradouro com qualidade arquitetónica e estética, que seja uma mais valia para o turismo local.
A "Torre dos Coimbras" explora alguns dos espaços da Casa, ou seja, o jardim com esplanada (bar e restaurante) a que chama de café-museu, a Capela seiscentista e a Torre anexa, e, a partir de 15 de agosto, o miradouro, uma estrutura de ferro, a partir da qual se tem uma vista de 360 graus sobre o centro histórico da cidade.
"Edificámos o miradouro para fazermos uma experiência de três meses, numa espécie de prova de conceito. Se concluirmos que vale a pena, faremos então uma outra, se o permitirem, com perfil definitivo e que queremos que seja icónica em Braga, como que uma obra de arte", explicou, salientando que já foram investidos 200 mil euros no espaço para o tornar um polo de atratividade cultural e turística, que dá emprego a dez pessoas.
Conforme o JN noticiou, em meados de agosto, e após uma denúncia, os serviços de fiscalização da Câmara foram ao local, tendo o processo que se seguiu resultado na ordem de demolição.
O conjunto é património nacional desde 1910, sendo propriedade de uma família local, atualmente a residir no Porto.