Associação de moradores escreve ao presidente da Câmara, que responde que bares têm regras e quem não cumprir é sancionado.
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A Associação de Moradores Poder Viver na Sé (APVS), de Braga, escreveu ao presidente da Câmara, Ricardo Rio, queixando-se da vida noturna na zona de bares, onde há "ocupação e alargamento indevido de esplanadas, ruído excessivo e lixo". Mas o autarca contrapõe que a área "é de coexistência entre a atividade residencial e a comercial, interesses que importa conciliar".
Ao JN, o presidente da APVS, António Ferrete disse que mais de 30% dos passeios quase desaparecem com as esplanadas, como sucede na rua de D. Afonso Henriques, onde a ocupação da zona pedonal é de mais de 50%. Com isto, a passagem de pessoas com mobilidade reduzida fica barrada. Afirmou, ainda, que, dado o alargamento de esplanadas, "são muitos os comerciantes prejudicados, dado que invadem a zona de montras, impedindo o acesso à frente de loja e prejudicando a visualização".
Lamenta, ainda, que os residentes tenham de pedir o afastamento de cadeiras e mesas para conseguirem aceder às suas casas ou garagens", e frisa que, "em muitas ruas, o próprio acesso é bloqueado por cadeiras e guarda-sóis". António Ferrete acentua que o barulho não para, tornando impossível o descanso. Durante a semana, "os moradores vêm-se impedidos de descansar até às duas da manhã, e no fim de semana, o barulho prolonga-se por toda a noite."
Salienta, também, que "os resíduos e os cheiros são abundantes e que é repugnante pisar a calçada - que se cola aos sapatos - estando a entrada da catedral infestada com urina."
Conciliação
Ao JN, Ricardo Rio disse que a Sé, como outras zonas centrais, é "de coexistência entre a função residencial e a comercial, neste caso ligada a bares e a restauração que têm regras próprias".
"Essas regras já foram definidas, em termos de horários e ocupação do espaço público, por exemplo, para conciliar as partes e o interesse estratégico do concelho, no propiciar esses serviços a quem reside e a quem nos visita", assinala.
E conclui: "Os incumprimentos (de que recebemos reporte frequente) são inaceitáveis e vêm sendo sancionados".