Cerca de duzentas pessoas juntaram-se ontem de manhã para a XII caminhada do Movimento em Defesa do Rio Tinto (MDRT). O ambiente era de animação com todos os participantes equipados a rigor.
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Para evitar lesões, deu-se início à atividade com uma aula de exercícios de aquecimento. O percurso de cinco quilómetros, ida e volta, seguiu pelas margens do rio até ao parque Oriental, Campanhã.
Paulo Silva, fundador do MDRT, considera que este foi "um dia de festa à volta do rio para mostrar as suas potencialidades ao longo de todo o percurso". "O rio tem um peso simbólico em particular na freguesia e foi durante muito tempo esquecido e maltratado."
"Há uns anos esta caminhada tinha o propósito de divulgar o estado do rio Tinto". Agora já muito foi feito e todas as iniciativas resultaram no despertar de uma maior consciência. "As pessoas já vêm connosco e já estão mais consciencializadas", acrescenta. Apesar disso, cuidar e melhorar o rio é um trabalho sem fim.
Ana Carvalho mora há mais de 20 anos na zona e assistiu às transformações da área. Já viu o rio muito degradado e com muita poluição."É agradável ver que o rio está mais limpo e que as pessoas estão a interessar-se. É muito importante a recuperação da zona porque cria um espaço para as pessoas poderem passear, trazerem as crianças, para terem os seus momentos de lazer".
Pedro Teiga, especialista em reabilitação de rios, considera que a recuperação é uma ação contínua e "um trabalho em rede". A estudar o rio há 15 anos, o engenheiro salienta que é fundamental a participação das instituições do Governo e da sociedade civil. "Ninguém pode ficar de fora".