Daniel Campelo confirmou que não é candidato à Câmara de Ponte de Lima nas próximas autárquicas. No entanto, não excluiu a hipótese de voltar a ser sufragado em votações, mas fora do concelho limiano.
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"Posso ir a votos. Com certeza que posso ir a votos. Não descarto nenhuma possibilidade", disse ontem o autarca. "Se eu achar que a minha participação na cidadania me obriga a uma candidatura em Viana ou Caminha ou em qualquer concelho que eu goste, obviamente se houver condições e se for útil a minha participação eu não descarto a possibilidade de me candidatar ao que quer que seja", adiantou ainda Daniel Campelo, assegurando que tal nunca voltará a acontecer à Câmara de Ponte de Lima.
No entanto, mesmo que tal venha acontecer, não será de imediato, pois Campelo regressa à vida académica no Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Quanto às razões da sua saída, Daniel Campelo diz serem simples: "Há quatros disse que este era o meu último mandato e eu não costumo fazer as coisas sem pensar e costumo não mentir".
"Achei que não devia falar antes do tempo para que a questão da candidatura não perturbasse o trabalho que todos estamos a fazer", justificou, garantindo que tal não se relaciona com a liderança do CDS-PP.
O sucessor de Campelo nas próximas eleições autárquicas já tem nome: Vítor Mendes, actual vice-presidente da autarquia limiana. "Foi um convite feito pelo partido e por unanimidade e eu acho que foi muito acertada", avaliou Campelo.
No entanto, ao fim de 20 anos de luta autárquica, Campelo promete não desaparecer na sombra garantindo estar disponível para novas lutas: "Estou disponível para um combate mais feroz do que nunca para um combate pela cidadania criando nas pessoas a consciência de que a mudança não está nos políticos mas sim no povo", exemplificou, apontando ainda a necessidade "de um Estado descentralizado com regiões administrativas ser aquilo que o pais mais precisa neste momento".
Campelo Falava à margem da Mesa dos Quatro Abades, um fórum popular em que os presidentes das juntas de freguesia de Calheiros, Cepões, Bárrio e Vilar do Monte, se sentam à mesma mesa, mas cada um no seu território e discutem os problemas das suas autarquias e apelam ao presidente da Câmara para a sua resolução.
Ontem, com o prenuncio de que já não seria Campelo a assumir o compromisso de resolver os problemas dos autarcas, os pedidos foram mais reduzidos, mas mesmo assim apelou-se a um maior apoio às associações culturais e à construção de um parque junto à igreja em Calheiros, a pavimentação de caminhos e a implementação de um relvado sintético em Cepões. Ou ainda que se fizesse algo para que os jovens pudessem ter licenciamento de construção em terrenos baldios. Este ano, mais do que pedidos, foram agradecimentos, em jeito de despedida, o que os presidentes de junta mais fizeram ouvir na mesa secular.