<p>Populares acampam indiscriminadamente nos terrenos vagos da vila da Murtosa e lotam parque de campismo. Romaria prolonga-se até terça-feira, criando mais azáfama nos comércios junto à praia do que no mês de Agosto.</p>
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As ruas cheias de gente e de tendas com os mais variados artefactos, as corridas de bateiras e moliceiros, o fogo-de-artifício e as tendas de campismo espalhadas por todos os recantos são a imagem de marca de uma romaria que, até 8 de Setembro, atrai curiosos e turistas de todo o país: o S. Paio da Torreira.
O campismo selvagem e desordenado é uma tradição e ninguém parece estranhar as centenas de pessoas que optam por montar tendas nos largos das escolas e associações, margens da ria ou até terrenos baldios em frente… ao parque de campismo, também ele há muito lotado.
A família de José Frade chegou ontem, vindo da Gafanha da Boa Hora, Vagos, e montou tenda junto a uma escola primária. "Há cerca de 25 anos que fazemos o mesmo. Tiro sempre férias nesta altura, venho com a família e acampamos em qualquer lado. Fazemos aqui as refeições e assim sai barato", descreve.
Mais abaixo, junto à ria, estão "cerca de 20 familiares" de João Correia, de Aveiro. Há 15 anos que repetem os gestos. "Acampamos aqui todos e passamos férias durante o S. Paio, vemos o fogo e os moliceiros e estamos à vontade para assar umas sardinhas", diz.
Luís Soares, gerente do Parque de Campismo da Torreira, não está preocupado com o campismo selvagem e garantiu que o parque está lotado desde o início do mês. "Não conseguimos dar resposta ao fluxo. Começamos a fazer reservas no dia 11 de Agosto e até criamos um 'pacote de preços' especial para a semana de 1 a 10 de Setembro, em que a estadia fica a três euros por dia", diz ao JN. Segundo aquele responsável, "esta semana de Setembro é melhor do que Agosto, pois nessa altura nunca ficamos lotados", diz, admirado pelo crescimento do certame. "Temos aqui acampadas pessoas que vieram de Évora e de Bragança, só por causa do S. Paio".
Alexandre Martins, do Snack-bar "O Moliceiro" e Teodoro Tavares, do "Marquês da Torreira" são peremptório ao afirmar que "a romaria do S. Paio é boa para o comércio e traz mais pessoas que a praia no mês de Agosto, mas a confusão é muito grande".
"Chegam todos ao mesmo tempo e nem sempre conseguimos atender, alguns vão embora sem ser servidos", afirma Alexandre, lamentado, igualmente, "a falta de casas de banho públicas", que levam muitos transeuntes a "entrar sem consumir" só para fazer as necessidades básicas.