Foi cancelado o encontro de apoio à pista de Guilhabreu, em Vila do Conde, previsto para o próximo domingo.
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A organização, a cargo da "Team Flax 33", diz que, com a polémica instalada, o evento não iria ajudar. Garante ainda que está "a dar passos firmes" em defesa da pista - que, recorde-se, está ilegal - e pondera mesmo recorrer ao Parlamento para conseguir "proteger" aquele espaço.
Recorde-se que o Ministério Público (MP) acusou oito arguidos e quer o fim das corridas ilegais na Pista de Guilhabreu, em Vila do Conde.
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"O convívio do dia 28 de Setembro em Guilhabreu não será realizado. A decisão foi difícil, mas necessária devido à realidade atual da pista e com base nos passos que estamos a dar", afirma a "Team Flax 33", agradecendo a todos os que já tinham confirmado a presença e estavam prontos para o evento. "Mostrou que não estamos sozinhos nesta luta", frisa ainda.
Quanto aos próximos passos, a "Team Flax 33" garante que não estão parados e promete notícias para breve: "Estamos a dar passos firmes com órgãos oficiais, meios de comunicação e, se necessário, o Parlamento para proteger este espaço que tanto precisamos".
Sem licença, a movimentar milhares todas as semanas
No tribunal, há dois processos-crime relativos às corridas ilegais na Pista de Guilhabreu. Os moradores estão fartos do "barulho infernal até de madrugada", que se repete, desde 2016, quase todos os fins-de-semana. Queixam-se da desvalorização das casas naquela zona e da inação de Câmara, GNR e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). A pista não tem licença, há bares a funcionar lá dentro, mas nenhuma empresa, nenhum contrato de água ou luz. Fazem-se inscrições, cobram-se bilhetes, vendem-se bebidas, movimentam-se milhares de euros. Tudo sem faturas, nem seguros.
No início do mês, o MP acusou oito pessoas, entre os quais o dono da pista, de um crime de poluição e quer vê-los condenados ao pagamento de "300 mil euros por danos ecológicos e morais coletivos". Quer ainda ao fim das corridas ilegais. Pouco mais de uma semana depois, um violento despiste, durante uma prova de arranques, fez três feridos. A GNR esteve lá, levantou quatro autos de contra-ordenação, mas, no dia seguinte, voltou a haver provas.