O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/IL à Câmara do Porto, Pedro Duarte, assumiu, esta sexta-feira, que, se ganhar as eleições, vai demolir o Edifício Transparente até à quota da estrada.
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"Aquilo que nós vamos fazer, em conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que também tutela aquela área, é promover a demolição de todo o edifício até à cota da estrada, depois de terminada a sua concessão no próximo ano", disse o candidato à Lusa.
Na parte de baixo, acrescentou, continuará a existir o "chamado apoio de praia", ou seja, um equipamento que poderá ter escolas de surf, lojas comerciais e esplanadas que promovam o convívio e a vida urbana naquela zona que é uma "zona de excelência".
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"Não tenho dúvidas de que para isso há procura, aliás, já lá está a funcionar um conjunto de restaurantes, cafés e outro tipo de equipamentos", apontou.
Pedro Duarte considerou o Edifício Transparente "uma obra sem grande sentido" porque cria uma "barreira inexplicável" entre o Parque da Cidade do Porto e o mar.
"Do ponto de vista paisagístico e urbanístico aquilo é uma aberração", atirou.
Após a demolição do Edifício Transparente, a ideia é requalificar toda aquela orla costeira tornando-a "mais aprazível e frequentada" pelas pessoas porque, atualmente, não é tão aproveitada quanto deveria, considerou.
Em termos de custos, o candidato da coligação PSD/CDS-PP/IL assumiu que "não é nada de significativo".
Projetado pelo arquiteto catalão Solà-Morales e construído no âmbito da Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura, o Edifício Transparente foi concessionado em junho de 2004 por um período de 20 anos, prazo que já tinha sido prorrogado em 2024 por um ano e voltou a ser prolongado até 2026.
Em vigor desde 2021, o Programa da Orla Costeira Caminha - Espinho (POC-CE) identifica 46 áreas críticas e determina o recuo de dezenas de núcleos habitacionais, bem como a proteção da Praia Internacional no Porto, junto ao Edifício Transparente, cuja demolição está prevista até 2028.
Para além desta medida, e no que concerne ainda ao ambiente, Pedro Duarte disse querer tornar o Porto uma cidade mais verde e amiga do ambiente propondo, por exemplo, plantar 15 mil novas árvores e criar mais jardins públicos.
Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (Partido Liberal Social).
António Araújo, que também se candidatou ao Porto como independente, viu a sua candidatura ser rejeitada por falta de assinaturas e aguarda resposta do recurso que apresentou ao Tribunal Constitucional.
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.