Duas das vítimas de nacionalidade britânica que morreram no descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, foram identificados como Kayleigh Smith, de 36 anos, e William Nelson, e 44. A identidade da terceira vítima britânica ainda não foi divulgada pelas autoridades.
Corpo do artigo
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", Kayleigh Smith, natural de Macclesfield, em Cheshire, formou-se na Arden School of Theatre, em Manchester, onde Nelson trabalhava como encenador. O casal estava de férias em Lisboa. Horas antes do acidente, Smith publicou, no Instagram, fotografias do primeiro dia em Lisboa com a legenda: "Igrejas e castelos, azulejos e elétricos".
O Teatro MADS, em Macclesfield, publicou uma homenagem ao casal no seu site na noite de sexta-feira. "É com grande tristeza que reconhecemos a morte de Kayleigh Smith e do seu companheiro Will Nelson na tragédia do funicular de Lisboa. Kayleigh era um membro valioso da nossa sociedade e fez contribuições consideráveis tanto para o MADS como para o teatro no Noroeste. É realmente uma perda triste para todos nós, no teatro. Kayleigh foi uma realizadora premiada e uma atriz nomeada para prémios. Assumiu também diversas funções na equipa e na receção da MADS. Foi vice-presidente, secretária de associados e chefe de tecnologia, mas, acima de tudo, era uma amiga querida e vai fazer muita falta. Gostaríamos de enviar as nossas mais profundas condolências a ambas as famílias e respeitar a sua privacidade neste momento triste. Os nossos pensamentos estão com elas", lê-se.
Num comunicado, citado pelo "The Independent", a Polícia de Cheshire disse que estava a apoiar as famílias de dois moradores da área Noroeste após a tragédia. "Podemos confirmar que se acredita que dois dos indivíduos que morreram após o incidente do funicular em Lisboa sejam moradores da área Noroeste. Embora a identificação formal ainda não tenha ocorrido, as famílias dos dois indivíduos, um homem de 44 anos e uma mulher de 36 anos, foram notificadas e estão a ser apoiadas por polícias especialistas neste momento", lê-se na nota.
Segundo as autoridades, o acidente matou cinco cidadãos portugueses, três britânicos, dois sul-coreanos, dois canadianos, um norte-americano, um ucraniano, um suíço e um francês. Ainda não forma confirmadas as identidades de todas as vítimas mortais, mas alguns nomes já foram divulgados.
Leia também As vítimas mortais do acidente do Elevador da Glória já conhecidas
A primeira vítima mortal confirmada foi a do guarda-freio que controlava a cabina acidentada. André Marques estava ao serviço da Carris há 15 anos. A bordo do elevador seguiam ainda vários trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia, tendo quatro deles morrido no acidente. Alda Matias, jurista que trabalhava nos Serviços Centrais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa., e Pedro Trindade, também colaborador, professor de profissão, tinham saído do trabalho e dirigiam-se, tal como outros colegas, para casa. Como sempre, seguiam no elétrico da Glória, onde há ligação com o metro nos Restauradores, mas acabaram por falecer vítimas do trágico acidente. O ex-árbitro da Associação de Voleibol de Lisboa Pedro Trindade é também uma das vítimas da tragédia do Elevador da Glória.
A Linha da Glória transporta anualmente cerca de três milhões de pessoas. Os seus dois carros, cada um com capacidade para cerca de 40 pessoas, estão presos a extremidades opostas de um cabo de reboque, com tração fornecida por motores elétricos nos carros.