O quebequense André Bergeron e a mulher, Blandine Daux, cidadã francesa residente permanente no Canadá, estão entre os 16 mortos no acidente do Elevador da Glória, em Lisboa. Estavam em Portugal a festejar aniversário e a reforma.
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A informação foi confirmada pelo irmão de André Bergeron, Eric, à canadiana "CBC News". O casal estava no último dia de férias em Portugal no dia do acidente, numa viagem que era um presente pelo 70.º aniversário e pela reforma para o homem. André Bergeron, que era especialista em arqueologia marinha, estava reformado do Centro de Conservação de Quebec (CCQ), na Cidade de Quebec, onde também a mulher trabalhava como restauradora. De acordo com o "Républicain Lorrain", Blandine Daux cresceu em Vosges, na região francesa de Lorena, e estudou Belas Artes e História da Arte em Estrasburgo e Paris.
"Eles estavam apaixonados. Formavam um casal incrível. Eles vieram passar férias aqui e morreram. É uma tragédia. O meu irmão era o meu ídolo", disse Eric Bergeron, que está atualmente em Lisboa com as duas filhas do casal. "Estou arrasado. Parece surreal. Imagine perder os pais de uma só vez".
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Violette, uma das filhas do casal, criou uma angariação de fundos na plataforma GoFundMe. "O dinheiro arrecadado ajudar-nos-á nos próximos meses, que serão difíceis. Permitirá respirar um pouco e não nos preocuparmos tanto com o aspeto financeiro enquanto lidamos com os próximos passos. Todos os nossos agradecimentos às almas gentis que nos estão a ajudar", lê-se na descrição.
A Global Affairs Canada (GAC) confirmou que dois canadianos morreram no acidente em Lisboa, sem os identificar.
Já a ministra dos Negócios Estrangeiros, Anita Anand, expressou as suas "mais profundas condolências" às famílias das vítimas e disse que a Global Affairs Canada estava "a prestar serviços consulares às famílias das vítimas canadianas para as ajudar neste momento difícil".
"Ambos contribuíram notavelmente para o workshop de arqueologia-etnologia do Centro de Conservação do Quebec. André Bergeron, um dos pioneiros do CCQ, dedicou mais de 40 anos à restauração antes de se reformar em 2022. Blandine Daux juntou-se à equipa em 2001", escreveu o Ministério da Cultura e Comunicações de Quebec no Facebook.
Segundo as autoridades, o acidente matou cinco cidadãos portugueses, três britânicos, dois sul-coreanos, dois canadianos, um norte-americano, um ucraniano, um suíço e um francês. Ainda não forma confirmadas as identidades de todas as vítimas mortais, mas alguns nomes já foram divulgados.
A primeira vítima mortal confirmada foi a do guarda-freio que controlava a cabina acidentada. André Marques estava ao serviço da Carris há 15 anos. A bordo do elevador seguiam ainda vários trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia, tendo quatro deles morrido no acidente. Alda Matias, jurista que trabalhava nos Serviços Centrais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa., e Pedro Trindade, também colaborador, professor de profissão, tinham saído do trabalho e dirigiam-se, tal como outros colegas, para casa. Como sempre, seguiam no elétrico da Glória, onde há ligação com o metro nos Restauradores, mas acabaram por falecer vítimas do trágico acidente. O ex-árbitro da Associação de Voleibol de Lisboa Pedro Trindade é também uma das vítimas da tragédia do Elevador da Glória.
Duas das vítimas de nacionalidade britânica foram identificados como Kayleigh Smith, de 36 anos, e William Nelson, e 44, um casal que estava de férias em Lisboa.