A família desalojada após a casa onde vivia ter ardido, em Lisboa, vai dormir esta noite, num hostel que teve de pagar. Lívia Camargo e Paulo Faria, com três filhos menores, já não contam com o apoio da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para suportar o alojamento e a Câmara de Lisboa sugere que concorram a programas de habitação municipal.
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A Santa Casa explica ao JN que "cumpriu o estipulado", que era assegurar o pagamento do alojamento de emergência até ao dia 24 de janeiro. Após esta data, explica, é garantido pela autarquia.
Lívia e Paulo já não têm apoio para alojamento e acreditam que em breve vão ficar a dormir na rua. "Já temos pouco dinheiro. Ou pagamos para as crianças terem um teto e passamos fome ou comemos e dormimos na rua. Não estamos a pedir casa de graça, só um teto para viver e dar um futuro melhor aos nossos filhos", desabafou Lívia.
Tal como o JN noticiou, esta quinta-feira, a casa onde o casal vivia ardeu em novembro do ano passado e, desde então, a família tem vivido em hostels.
Casa que ardeu está em obras
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assegurou o alojamento de emergência à família, nos últimos dois meses, mas garante que a responsabilidade do alojamento é da Câmara desde 25 de janeiro.
A instituição disse ainda que "ficou acordado que o casal teria que apresentar uma resposta de alternativa habitacional até 13 de janeiro", o que aconteceu, tendo a família mostrado o contrato-promessa de arrendamento da casa que ardeu e está em obras, "que será celebrado a 30 de abril deste ano, e cuja renda mensal será de 650 euros". Porém, até lá o casal não tem onde ficar.
A família candidatou-se a uma habitação municipal do Programa de Arrendamento Apoiado, tendo obtido a pontuação de 41,07, que não foi suficiente para que a casa lhe fosse atribuída.
Câmara sugere candidatura a renda acessível
O JN questionou a autarquia sobre os motivos da pontuação baixa, mas a resposta foi que "não pode fornecer informação específica relativa às candidaturas". Garantiu, ainda, que, juntamente com a Santa Casa está "articulada com a família para encontrar uma solução habitacional adequada", mas quando questionada sobre o que está a ser feito para encontrar uma resposta urgente, não respondeu.
A Câmara de Lisboa sugeriu ainda ao casal que se candidate ao Programa de Renda Acessível.