Ficará em São Domingo de Ranas, junto a instalações do CASA. Terá máquinas de lavar roupa e chuveiros.
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O Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA), em São Domingos de Rana, Cascais, vai ter um balneário para dar resposta às necessidades de higiene dos sem-abrigo. As instalações, que vão dispor de máquina de lavar roupa e chuveiros, vão abrir portas em outubro. Serão as terceiras do género no concelho.
"Estamos nas ruas todas as noites e [apercebemo-nos que] uma das necessidades das pessoas em situação de sem abrigo é tomarem um banho e poderem lavar as suas roupas. Nós entregamos vestuário, mas eles precisam lavar", conta Priscila Lima, do centro, explicando que o balneário deverá dar resposta a muitas das 125 pessoas sem teto que apoiam com refeições e vestuário.
No concelho de Cascais já existem dois balneários, localizados em Carcavelos e em Cascais. Mas na freguesia de São Domingos de Rana, onde ficam as instalações do centro, não há nenhum espaço do género. Ter um balneário próprio, explica Priscila, poderá tornar o processo mais simples para os sem-abrigo, dando também mais "autonomia" à organização.
Procurando suprir a lacuna, o CASA concorreu a um "projeto da Câmara, financiado através do PRR", para remodelar as instalações onde se localiza o armazém de produtos alimentares secos e loja que servia de apoio à distribuição de vestuário, refere Priscila. "Reduzimos o espaço da loja, que deixou de estar aberta ao publico, conseguindo espaço para o balneário".
Para apetrechar o novo espaço com "máquinas de lavar roupa, toalhas, dispensadores de gel de banho, shampoo, papel higiénico, cacifos, chinelos" e tudo o mais necessário para proporcionar "dignidade e conforto" aos utilizadores, o centro elaborou depois o projeto "Abraço D'Água" e concorreu à 13ª edição do Prémio MSD | Maria José Nogueira Pinto. A vitória valeu-lhes uma verba de 15 mil euros.
Segundo Priscila Lima, uma das grandes dificuldades sentidas pelo centro prende-se com as peças de roupa interior, que são adquiridas novas, graças a doações de parceiros, para entregar aos sem-abrigo. "Se eles não tiverem onde lavar, usam durante muitos dias e depois deitam fora. Temos sempre muita necessidade, porque não é algo que as pessoas têm por hábito doar", alerta.