O caso da menina de dois anos que ficou esquecida oito horas dentro de uma carrinha do Centro Paroquial de Assistência do Juncal (CPAJ), no concelho de Porto de Mós, já foi participado ao Ministério Público "para os fins tidos como convenientes", informou, em comunicado, a direção da instituição.
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Numa nota enviado ao JN, assinada pelo presidente da direção do CPAJ, Lúcio Alves, é referido ainda que foi aberto um inquérito interno para "apuramento dos factos e dos responsáveis pelo ocorrido tendo em vista a sua responsabilização em sede disciplinar", e que a instituição se disponibilizou "para prestar ajuda financeira à família [da menina] tendo em vista o acompanhamento médico e psíquico da criança e da mãe da mesma".
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O caso ocorreu no dia 17 de fevereiro, quando, por razões que estão agora a ser investigadas, a pequena Sofia, de dois anos, ficou esquecida todo o dia, sentada na cadeira de transporte e presa com o cinto de segurança, dentro da carrinha que todos os dias a transportada à creche.
De acordo com o esclarecimento da CPAJ, o motorista só deu pela presença da criança, quando se dirigiu à viatura, cerca das 17 horas, para iniciar o transporte dos menores de regresso a casa, "tendo de imediato, levado a menina para o interior das instalações do CPAJ, onde a entregou à auxiliar de educação da respetiva sala, onde e menina foi cuidada, hidratada, alimentada, e onde esteve a brincar".
A menina foi entregue à avó ao final da tarde, como habitualmente, e, à mãe, disse que tinha estado "todo o dia de castigo". Só à noite a direção da instituição se deslocou a casa de Lina Pereira para a informar do sucedido, e disponibilizar apoio psicológico.
A mulher ficou em choque. "Ainda hoje a minha filha, que era alegre e tranquila, acorda com pesadelos e eu dou comigo a imaginar o que ela passou naquelas oito horas", desabafou ao JN, no sábado passado, adiantando que decidiu apresentar queixa na GNR por considerar que um caso como este "não pode ficar impune".