Os cinco pescadores portugueses que iam a bordo do navio que naufragou, esta sexta-feira, ao largo das Astúrias, Espanha, vão falar na manhã deste domingo, dia em que regressam a Portugal.
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Os portuguesas, residentes em Caxinas, Vila do Conde, falam às 11 horas, na Capitania Marítima de Gijón, Espanha.
O barco que levava a bordo 12 tripulantes, um atuneiro, naufragou esta sexta-feira à tarde a cerca de 50 milhas a norte da costa de Navía, nas Astúrias.
"Começou a meter água e foi tudo muito rápido. Só tiveram tempo de dar o alerta e saltar para a balsa", contou ao JN o presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, José Festas, reproduzindo o relato de António Paulo Silva, o contramestre do "Gure Uxuna", que ontem à tarde naufragou 50 milhas a norte da costa de Navía, nas Astúrias (Espanha). Levava 12 tripulantes, cinco dos quais portugueses, das Caxinas, Vila do Conde. Todos foram salvos.
O "Gure Uxuna", barco galego de 24 metros que andava à pesca de pescada, estava de regresso de águas francesas quando foi "apanhado pelo temporal". Já não teve tempo de chegar ao porto mais próximo. Eram 15.20 horas quando a tripulação se apercebeu de que o barco estava a meter água. Lançou o alerta, atirou as balsas à água e saltou. Minutos depois, o "Gure Uxuna" foi ao fundo. A bordo, seguiam cinco portugueses, seis galegos e um senegalês.
Durante uma hora, os homens permaneceram no mar, dentro de uma balsa, em condições muito duras, com "ondas que chegavam aos dez metros e rajadas de cem quilómetros/hora". O mau tempo - que ontem colocou toda a costa Norte de Espanha em alerta vermelho - dificultou a operação de salvamento, levada a cabo por três helicópteros e três salva-vidas, mas, ao fim de pouco mais de uma hora, os 12 homens estavam a salvo. Foram transportados para os portos de El Musel (Gijón) e Celeiro (Galiza) e dali para o hospital. Todos apresentavam sinais de hipotermia, mas sem gravidade.
"Estão todos bem. Devem ter alta de madrugada ou amanhã [hoje] de manhã", relatou José Festas, que, durante a tarde, falou ao telefone com a tripulação portuguesa. António Paulo Silva, Álvaro Santos Gomes, Abílio Gaspar, Manuel Américo Rocha e Carlos (residia em Espanha há vários anos) têm entre 45 e 58 anos.
Propriedade de um armador de Santander, o "Gure Uxuna" começou na pesca em 1998. A 20 de dezembro último, foi rebocado pelas autoridades marítimas galegas, devido a uma falha de motor. Mês e meio depois, afundou.