A recente adesão de Oliveira do Bairro à empresa Águas da Região de Aveiro é um mau negócio para a câmara bairradina, denunciou o líder da bancada do CS/PP na Assembleia Municipal, Jorge Pato.
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A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro vai perder mais de 34 milhões de euros com a recente adesão à empresa "Águas da Região de Aveiro", anunciou o líder da bancada do CDS/PP na Assembleia Municipal, Jorge Pato. Recorde-se que a Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro, realizada na semana passada, aprovou, por maioria, a adesão do município à empresa "Águas da Região de Aveiro" (ARA), após a não-adesão, aprovada há três semanas, ter sido revogada.
A ARA é constituída pelos municípios de Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Vagos, Sever do Vouga e Oliveira do Bairro.
O líder centrista, que é economista de profissão, diz que, em 2008, Oliveira do Bairro facturou em água e saneamento 1,342,043 euros. "Mesmo admitindo que o preço da água e saneamento se mantêm nos próximos 50 anos (hipótese excessivamente pessimista), a Câmara deixará de receber, neste período, 65 milhões de euros. Mais do dobro do que deverá receber com a parceria proposta".
Explica que "com esta adesão, Oliveira do Bairro recebe cerca de 5,2 milhões de euros até 2012, a título de "retribuição" pela cedência da rede instalada. Depois, até 2059, prevê-se que receba cerca de 23 milhões de euros para substituição e renovação da rede e cerca de três milhões de dividendos da nova empresa. Ou seja, no total, o município deverá receber cerca de 31 milhões até 2059".
"O preço e qualidade do serviço ficarão dependentes do livre arbítrio de uma entidade que ninguém conhece. Mas, em compensação, a Câmara receberá muito dinheiro de imediato. Assim, terá dinheiro para o despesismo a que nos tem habituado. Seremos todos nós que o vamos pagar, em cada litro de água que consumirmos", acrescenta o centrista. Em resposta, o presidente da Câmara, Mário João Oliveira, reafirma que a integração de Oliveira do Bairro nas ARA traz um conjunto de benefícios para o concelho.
Recorde-se que o PCP-Aveiro ameaça recorrer às "vias judiciais" para travar a criação da empresa ARA, uma vez que, segundo o partido, "o projecto consiste numa privatização mal disfarçada dos serviços, nomeadamente, por via de uma eventual passagem das Águas de Portugal para a esfera privada".