Cegueira aos 20 anos não o travou: Pedro concluiu o doutoramento em Coimbra
Luso-brasileiro veio para Portugal de propósito estudar, por a Universidade de Coimbra dispor de ferramentas para o ajudar.
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Aos 20 anos, uma reação alérgica a um medicamento tirou-lhe a visão. Estava no final do primeiro ano da licenciatura em Direito, em Curitiba, no Brasil, e os sonhos que tinha esvaíram-se. Mas Pedro Amauri de Oliveira, um luso-brasileiro agora com 34 anos, acabou por se manter dono do destino. Ontem, doutorou-se em Direito Público, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC). Foi o primeiro cego a fazê-lo.
Em dez anos, desde que chegou a Portugal, concluiu a licenciatura, o mestrado e o doutoramento. Mas se, no momento em que perdeu a visão, lhe antecipassem que esse seria o futuro, Pedro não acreditaria. "Quando deixei de ver, tive de largar os estudos, porque tinha de me adaptar à nova realidade e o curso requer muita leitura. Ora, se não tinha visão, achei que não ia conseguir. E a universidade não possuía ferramentas para me ajudar", recorda Pedro.