Modelo que une em rede bombeiros, Polícia Municipal e Proteção Civil no Goldpark, em S. Cosme, contou com investimento de 540 mil euros.
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O concelho de Gondomar vai passar a ter, a partir do dia 1 de março (Dia Internacional da Proteção Civil), uma central única municipal, que funcionará no edifício do Goldpark, em S. Cosme, integrada no centro municipal de operações de socorro. Ali passarão a chegar todas as ocorrências no concelho e serão geridos os meios. A expectativa é que com esta organização se poupe três a quatro minutos em cada socorro.
Foi em 2016 que começou a ser pensada a conceptualização do modelo - cujo investimento rondou os 540 mil euros (160 mil dos quais de financiamento do Portugal 2020) - , tendo sido já celebrados protocolos com cada uma das cinco associações humanitárias de bombeiros do concelho (Areosa-Rio Tinto, Gondomar, Melres, S. Pedro da Cova e Valbom), com o INEM e o CDOS.
"As últimas semanas têm servido para afinar aquela que é a maior central municipal do Porto", contou ao JN Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, de olhos postos nos vários ecrãs que estão dispostos na central, onde além de se poder acompanhar as ocorrências em tempo real, com os operacionais envolvidos, é possível observar os locais onde estão posicionadas as quatro câmaras de videovigilância que existem no concelho e até a evolução meteorológica.
equipa evolutiva
Na prática, os centralistas (telefonistas) que até aqui estavam nos diferentes quartéis de bombeiros, passam a ir trabalhar para o Goldpark, integrando uma escala composta por elementos das cinco corporações.
A eles juntam-se a Polícia Municipal e a Proteção Civil. "A equipa é evolutiva. No mínimo, são quatro elementos - dois operacionais dos bombeiros, um da Polícia Municipal, mais outro da Proteção Civil e um elemento de comando de permanência às operações (que pode não estar presente na central) - , até 13 postos", explicou Artur Teixeira. O comandante operacional municipal de Gondomar salienta que "tudo passará a ser feito a nível digital", deixando de se usar "aparelhos com rádios SIRESP e Rede Operacional dos bombeiros em separado".
A par disso, também haverá "72 matrizes operacionais tipificadas por ocorrência", que são acionadas automaticamente. Do mesmo modo, foram colocados sistemas de GPS em cerca de 100 viaturas, uma vez que mal chega o alerta via 112/CDOS é disponibilizado o socorro que estiver mais próximo, referiu o responsável, assumindo que, com isto, "poupa-se três a quatro minutos". "Com esta sala saberemos o nível de socorro efetivo que o Município tem ao minuto disponível para sair", concluiu o autarca.
BALANÇO
Ocorrências hospitalares gastam mais recursos
A assistência em saúde, nomeadamente o transporte de doentes aos hospitais, foi a área que concentrou o maior número de ocorrências (14 803) a que as cinco corporações de Gondomar (Areosa-Rio Tinto, Gondomar, Melres, S. Pedro da Cova e Valbom) deram resposta durante o ano passado. Já outro dos serviços que registaram o maior número de situações (711) foi a assistência e prevenção de atividades humanas. Num concelho em que 63% do território é área verde, no ano passado foram contabilizados 387 fogos. Já os acidentes com transportes (de passageiros e de mercadorias) totalizaram 397 ocorrências.