Reserva Natural em Aveiro vai receber investimentos na ordem dos 700 mil euros. Novos passadiços de madeira avançam já este ano.
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A Comissão de Cogestão da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, que é constituída por sete entidades, entre as quais a Câmara de Aveiro - que a lidera -, quer investir cerca de 700 mil euros naquela área protegida, até ao final de 2025. A proposta do plano de cogestão foi apresentada esta quarta-feira e prevê, por exemplo, a reativação do Centro de Recuperação de Animais Selvagens, assim como a instalação de novos passadiços e de nova sinalética na reserva.
Ribau Esteves, presidente da Câmara, explicou que ainda é preciso "lutar por fontes de financiamento" para uma parte dos objetivos, que estão pensados para ser executados em três anos.
Uma das prioridades passa pela reativação do Centro de Recuperação de Animais Selvagens, situado na estrada que liga a Torreira, no concelho vizinho da Murtosa, a São Jacinto. Desativado desde a década de 90, o centro encontra-se atualmente em ruína, assim como o seu parque de voo, que era utilizado para treino das aves que ali eram recuperadas.
Candidatura
Com financiamento já aprovado, através de uma candidatura ao Fundo Ambiental, está um investimento de 149 mil euros, que será o primeiro a ser executado, ainda este ano. Segundo Diana Valente, técnica da Autarquia, o mesmo inclui "a recuperação do passadiço de madeira, a construção de um observatório e a reabilitação das pontes". Vai ser reestruturada, também, a sinalética existente nos percursos de visita e serão criadas mais duas portas de entrada na Reserva Natural, uma do lado norte e outra do sul.
O plano para a gestão da reserva estima investimentos na ordem dos 205 mil euros para ações de sensibilização, que visam aumentar a procura de visitantes, a criação de um viveiro pedagógico de plantas, a regularização da visitação à reserva, entre outras ideias. Para a área da valorização, que inclui a reabilitação de estruturas, estão estimados 440 mil euros. Para ações de promoção e de comunicação, 55 mil euros.
105 espécies de aves
De acordo com Diana Valente, a Reserva Natural aveirense é habitat, atualmente, de "105 espécies de aves, 10 de mamíferos, nove de anfíbios e quatro de répteis", além de existirem na mesma "75 espécies diferentes de fundos e líquenes, que têm muita procura entre os meses de outubro e janeiro".
São dois os percursos atualmente disponíveis para visitar a reserva. Um, de oito quilómetros, engloba visitas à pateira grande e à pateira pequena, assim como ao cordão dunar. O outro, de três quilómetros, permite visualizar apenas a "lagoa" mais pequena. No ano passado, aquela área protegida recebeu cerca de quatro mil pessoas, em visitas guiadas. Não há registo das visitas não acompanhadas.
No âmbito do processo de descentralização, a Comissão de Cogestão da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto passou a ser constituída por um representante de cada uma das sete entidades: Câmara de Aveiro, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Universidade de Aveiro, Corpo Nacional de Escutas, RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e do Papel, Associação Florestal do Baixo Vouga e Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos.
No entanto, a competência que diz respeito à conservação da natureza e à gestão de habitat continua entregue, em exclusivo, ao ICNF.