O Café Ceuta, um dos mais emblemáticos do Porto, que ainda mantinha o ambiente mais tradicional e característico destes espaços outrora usados para tertúlias e reuniões políticas, fechou para obras.
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Apesar de ainda não haver data para a reabertura, Agostinho Silva, um dos responsáveis pelo espaço, garante que o Café Ceuta manterá muitas das suas linhas originais.
De janelas tapadas com jornais antigos e já amarelados pelo tempo, o estabelecimento, inaugurado em 1953 na Rua de Ceuta, espera agora pela remodelação que lhe poderá dar uma nova vida.
"Queremos manter todos os traços característicos e por isso estamos a planear recuperar todo o interior" explicou ao JN Agostinho Silva, um dos três proprietários do café. "O espaço já estava a precisar de uma remodelação há muito tempo", acrescentou.
Para o proprietário, é importante que as linhas originais do café sejam preservadas, ainda assim há coisas que poderão deixar de existir, como o espaço para bilhares, no piso inferior, que poderá dar lugar a um salão de almoços e jantares. "Talvez façamos algo mais requintado", adiantou.
O café está encerrado há quase uma semana, mas as obras de restauro ainda não arrancaram. Também por isso, não se sabe quando a empreitada ficará pronta nem qual a data de reabertura de portas ao público.
contratar equipas
"Ainda estamos a contratar as equipas para os diferentes tipos de trabalho e também ainda não escolhemos o decorador", adiantou Agostinho Silva, revelando que o novo design poderá ficar nas mãos de Paulo Lobo, responsável pela remodelação de diversos espaços no Porto, como o restaurante Nogueiras"s, também na Rua de Ceuta, o 17.o, no Hotel D. Henrique, e o Porto Palácio Hotel, entre outros.
Além disso, acrescentou Agostinho Silva, aguarda-se a resposta da Câmara do Porto ao projeto de renovação que foi submetido aos serviços municipais. "Falta-nos a resposta da Câmara para arrancar", sublinhou.
Outros cafés históricos do Porto
Café Progresso - Um dos cafés mais antigos da cidade não resistiu à mudança dos tempos. Encerrou e reabrirá num novo formato: um restaurante com outro nome.
Café Guarany - Este é um bom exemplo de sucesso. Estava muito degradado e foi restaurado em 2003. Voltou a ter a mesma imagem do dia da inauguração, a 29 de janeiro de 1933.
A Brasileira - Foi adquirido pelo antigo selecionador nacional António Oliveira e, depois de uma reabilitação e reconstrução profunda, o café reabriu em 2018.