Chega quer que o Porto seja indemnizado em 80 milhões de euros por causa do Metrobus
O candidato do Chega à Câmara do Porto, Miguel Côrte-Real, exige que a cidade seja "ressarcida" em 80 milhões de euros pelos "enormes prejuízos" provocados pelas obras do Metrobus. E deixa várias críticas aos adversários Manuel Pizarro e Pedro Duarte. Já o candidato da coligação PPM, Nós Cidadãos, Nuno Cardoso, diz que a Autarquia "podia ter estado mais à altura das suas responsabilidades".
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"A cidade do Porto tem de se levantar contra o que aconteceu e pedir responsabilidades concretas e financeiras aos responsáveis. O Chega vai lutar para que o Porto seja ressarcido dos enormes prejuízos que, nas costas dos portuenses e contra os portuenses, foram provocados à cidade", garantiu, em comunicado, Miguel Côrte-Real, referindo-se às obras do Metrobus e especificando que reclama uma indemnização de 80 milhões de euros "que foram esbanjados em obras absurdas para instalar um sistema que não funciona e que ninguém queria".
Para o candidato do Chega à Câmara do Porto, os seus adversários na corrida não têm legitimidade para se pronunciar sobre o projeto, cuja obra está concluída há um ano sem ainda um único veículo a funcionar. "Tenho assistido atónito a acusações de parte a parte, entre pessoas sem vergonha, mas corresponsáveis, todas elas, por um assalto que foi cometido e desfigurou uma importante avenida da cidade", afirma.
"Começamos por ver o presidente da Câmara e o presidente da Metro insultarem-se mutuamente, quando ambos são os primeiros e os últimos responsáveis pelo que aconteceu", considerou, atirando também ao candidato da coligação PSD/CDS/IL/independentes, Pedro Duarte: "É inacreditável que, sendo um ministro e outro presidente da Câmara quando a segunda fase foi decidida com a complacência e o patrocínio de ambos, venha agora o primeiro fazer uma petição e o outro assiná-la para parar a segunda fase da obra. Duarte e Moreira podem querer fazer o papel de cidadãos indignados mas, a verdade, é que são dois dos responsáveis por aquilo que está a acontecer e a cidade nunca lhes irá perdoar.
Sobre a posição do candidato socialista, Manuel Pizarro, que quer pôr rapidamente o Metrobus a funcionar, Miguel Côrte-Real afirma: "Acho normal que defenda o sistema, afinal foi o aparelho socialista que nomeou o presidente da Metro que projetou este disparate".
Por sua vez, o candidato da coligação PPM, Nós Cidadãos "lamenta profundamente todo o processo da implementação do Metrobus, uma solução que deveria responder às necessidades da população" e que considera ter sido "imposta sem debate sério, transparente e participado, acabando por gerar desconfiança e atrasos incompreensíveis".
"Entendemos que a tarefa é difícil, mas a Câmara podia ter estado mais à altura das suas responsabilidades, não deixando ao livre-arbítrio da Metro do Porto decisões estruturantes para a vida da cidade", defende Nuno Cardoso. "Não podemos sacrificar o espaço público com soluções de superfície que não servem os cidadãos nem preparam a cidade para o amanhã", acrescentou.
