Vinte pessoas que ficaram desalojadas, esta terça-feira, na Madeira devido ao mau tempo, num total de 38, encontram-se instaladas provisoriamente no Regimento de Guarnição n.º 3 (RG3), no Funchal.
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O secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, explicou que se trata de sete famílias residentes no Funchal, nas freguesias de Santo António (18 pessoas) e do Monte (duas pessoas), que foram instaladas no RG3 por razões de segurança, sendo que os restantes desalojados estão em casa de familiares.
A costa sul e as regiões montanhosas da ilha estiveram sob aviso vermelho entre as 15 horas de segunda-feira e as 15 horas de hoje devido à chuva forte e persistente por causa da passagem da depressão Óscar.
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Em conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil, Pedro Ramos disse que foram registadas 163 ocorrências, mobilizando 168 meios e 436 operacionais. "O maior número de ocorrências registou-se no Funchal - 70 -, Santa Cruz e Machico - 24 - e Câmara de Lobos - 28", especificou, referindo que o mau tempo motivou o encerramento dos centros de saúde do Monte, São Roque (Funchal), Campanário e Estreito de Câmara de Lobos (Câmara de Lobos), que retomam a atividade normal na quarta-feira.
Nunca tinha chovido tanto
As ocorrências mais frequentes foram derrocadas, queda de árvores e inundações, forçando o encerramento de vários troços de estradas em diversos pontos da ilha. As escolas da ilha da Madeira estiveram também encerradas hoje e retomam a atividade na quarta-feira, situação que impossibilitou a realização da prova nacional de aferição de História e Geografia de Portugal do 5.º ano.
O delegado regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Victor Prior, indicou, na mesma conferência de imprensa, que o limite do aviso vermelho - 60 mm/6 horas (60 litros por metro quadrado em seis horas) foi "largamente ultrapassado" durante o temporal.
"Foram registados 180 mm no Chão do Areeiro [serra sobranceira ao Funchal] em seis horas, foi três vezes mais", disse, explicando que, nas regiões montanhosas, a precipitação atingiu um acumulado de 600 mm em 24 horas, o maior valor desde que há registo.
Movimento no Aeroporto da Madeira retomado
O movimento de aterragens e descolagens já foi retomado no Aeroporto da Madeira, condicionado desde segunda-feira devido ao mau tempo na ilha, que levou ao cancelamento de dezenas de voos e afetou milhares de passageiros.
A informação disponibilizada no site da ANA - Aeroportos de Portugal indica que 13 aviões de diversas companhias aéreas conseguiram aterrar desde esta terça-feira de manhã no Aeroporto da Madeira - Cristiano Ronaldo, provenientes de Bruxelas, Lisboa, Budapeste, Faro, Paris, Porto Santo, Nova Iorque, Berlim, Praga e Varsóvia.
Ainda segundo a ANA, estão canceladas 28 partidas e, até às 18.30, apenas tinham descolado quatro voos. Pelas 19 horas, estavam a decorrer operações de embarque de outros voos.
Em comunicado, a ANA revelou que durante o dia foram cancelados 55 voos, mantendo-se acionado o plano de contingência ativado na segunda-feira, "com reforço de recursos humanos no terminal para apoiar na informação aos passageiros". "Devido a uma melhoria das condições meteorológicas, a partir das 17:40, começaram a ser realizadas algumas operações de aterragem e descolagem", lê-se na nota da empresa.
Ainda segundo a ANA, o aeroporto continua "a trabalhar com os seus parceiros para assegurar apoio aos passageiros que ficam retidos, nomeadamente a garantia de assistência de enfermagem 24 horas e instalação de cadeiras", tendo durante a noite de segunda-feira sido distribuídos colchões e mantas aos passageiros que ficaram no terminal.
"As equipas do aeroporto em conjunto com voluntários da Casa do Voluntario encontram-se no terminal para distribuição de água e alguns alimentos aos passageiros", acrescenta ainda a empresa.