O Governo dos Açores determinou, esta quarta-feira, o encerramento das escolas e serviços públicos nas sete ilhas do grupo Ocidental e Central das 18 horas de quinta-feira até às 18 horas de sexta-feira, devido ao ciclone tropical Gabrielle.
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"Hoje mesmo assinei um despacho a determinar que, devido à aproximação do ciclone tropical Gabrielle, a partir das 18 horas (mais uma hora em Portugal continental) do dia 25 de setembro e até às 18 horas do dia 26 de setembro, serão encerrados (...) todos serviços e organismos públicos localizados nas ilhas dos grupos Ocidental e Central", afirmou o líder do executivo regional, José Manuel Bolieiro.
O grupo Central inclui as ilhas Terceira, Graciosa, Pico, Faial e São Jorge, enquanto Flores e Corvo compõem o grupo Ocidental.
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As ilhas dos grupos Ocidental e Central dos Açores vão estar sob aviso vermelho devido a precipitação forte, agitação marítima e vento, em vigor a partir da noite de quinta-feira, devido à aproximação do ciclone, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A decisão de encerramento abrange escolas de todos os níveis de ensino, não incluindo, contudo, "serviços considerados urgentes e essenciais", como hospitais, centros de saúde ou serviços de Proteção Civil.
O presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) confirmou que no grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) os serviços públicos vão continuar abertos, no entanto, algumas vias e espaços públicos serão encerrados.
Em comunicado publicado nas redes sociais, a Câmara Municipal de Ponta Delgada informa que, a partir das 15 horas locais de quinta-feira e, "até indicação em contrário", serão encerrados ao público o Jardim António Borges e o Parque Municipal do Relvāo.
A autarquia decidiu também pela "interdição à circulação pedonal e viária na Avenida do Mar (ambos os troços) e [pelo] encerramento das estruturas balneares do Forno da Cal, Milícias, Pópulo e Mosteiros (Praia e Caneiros)".
Apelos à população
"Para todos os residentes e visitantes e para todas as ilhas: recomenda-se que cada um assegure para si as melhores medidas de autoproteção. Não sendo possível, infelizmente, evitar o furacão, é possível, no entanto, reduzir a exposição de cada um ao risco", reforçou José Manuel Bolieiro, falando no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada.
Bolieiro apelou à população para estar atenta às comunicações oficiais, tomar medidas de precaução e seguir as orientações da Proteção Civil, adiantando que vão ser realizadas conferências de imprensa diárias para acompanhar a situação.
"Evite circular e permanecer junto à orla costeira, pois a agitação marítima é muito perigosa. Restrinja a circulação pedonal e rodoviária durante o período crítico e limite a circulação apenas ao estritamente necessário", salientou.
Segundo disse à Lusa a meteorologista Rita Mota, da delegação dos Açores do IPMA, "neste momento, o ciclone Gabrielle é classificado como um furacão de categoria 3 na escala de Saffir-Simpson" (escala de 1 a 5, em que 5 é a categoria mais grave).
No grupo Ocidental, as previsões apontam para precipitação forte, vento com rajadas até 150 quilómetros por hora de sul a rodar para norte, agitação marítima com ondas entre os oito a 10 metros de altura significativa, podendo a onda máxima atingir os 14 a 18 metros.
No grupo Central, poderá ocorrer precipitação por vezes forte, o vento com rajadas que poderão atingir os 200 quilómetros de sul a rodar para noroeste, e a agitação marítima com ondas entre os oito a 10 metros de altura significativa, podendo a onda máxima atingir os 14 a 18 metros.