O alcalde de Lugo, Miguel Fernández, sucessor de Paula Alvarellos (PSOE), alcaldesa de Lugo e vice-presidente da Mesa da Assembleia do Eixo Atlântico, que faleceu em 28 de fevereiro deste ano, visitou esta segunda-feira Viana do Castelo, cidade com quem aquele município galego está geminada há cerca de 30 anos.
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Xoán Vázquez Mao, Secretário-Geral do Eixo Atlântico, que acompanhou a iniciativa, sublinhou que o sucessor de Paula Alvarellos, "fez questão de que a sua primeira visita oficial fosse a Viana do Castelo". E destacou que aquelas duas cidades do Eixo, "estão num processo de transformação importante pelo impacto do comboio [de alta velocidade]", pelo que estabeleceram parceira a pensar no futuro.
"Em Lugo já estão em obras a estação e a via. Confiamos que em um ou dois anos chegue ali o TGV. É a única capital galega que ainda não tem TGV, mas já está em obras. Viana já está com a Linha do Minho e agora vai ver-se afetada positivamente pela na linha do TGV e isso marca uma transformação na cidade", afirmou, considerando que "é importante que duas cidades neste processo façam parcerias porque isso vai significar uma mudança na mobilidade e no Turismo". "No âmbito do Turismo, há uma ideia que os dois presidentes [de Viana e Lugo] têm e que nós partilhamos, que é que o Turismo não deve ser massivo e lowcost. Tem de ser de excelência e que não estrague as cidades, a Habitação, que não torne impossível o aluguer para os jovens, nem tire os idosos dos centros das cidades", continuou, completando: "Os novos comboios vão ter muitas vantagens mas também tem alguns riscos graves e, portanto, é muito positivo que duas cidades que vão ver-se afetadas por esta dinâmica, façam desde já uma parceria preventiva para que quando o TGV chegar não as afete".
Foto: Ana Peixoto Fernandes
Na sua primeira visita oficial a Portugal, após morte da sua antecessora, Miguel Fernández, destacou a intenção de "aprofundar o irmanamento" entre as duas cidades irmãs, que "têm muito em comum, muita história, muita cultura e muita identidade". E que partilham "uma visão de futuro no que toca ao modelo de cidade", coincidindo em ser cidades "ecológicas, verdes, sustentáveis, amáveis e acolhedoras". "É necessário depois de 30 anos, retomar com mais frequência e pujança ainda, essa colaboração e que levemos para a frente projetos que melhorem as cidades e, creio que é importante, que tratemos de envolver as novas gerações nesse futuro comum que vamos escrever em conjunto", declarou.
Luis Nobre, autarca de Viana do Castelo, destacou que "30 anos é uma longevidade muito significativa", e este "é o momento de estabelecer com a cidade irmã" novas parcerias.
"Dar densidade a uma relação e a áreas e dimensões que temos trabalhado, mas há outras que temos que incorporar, dentro do que são os desafios das cidades e das suas áreas urbanas. Trabalhamos sempre muito bem a área da Cultura, da partilha de iniciativas, eventos e manifestações artísticas e musicais, mas temos de atualizar e aprofundar essa relação", disse, adiantando que o objetivo é "abrir a outros domínios, o da economia, da partilha de experiências e da sua complexidade em termos do que são as ambiências urbanas, novos desafios, inovação e integração dos princípios da mobilidade sustentável". Sublinhou ainda que "Lugo tem um trabalho absolutamente extraordinário na dimensão social", tendo no terreno "projetos sociais diferenciados e exemplares que podem ser inspiração para as outras cidades do Eixo Atlântico", nomeadamente na área da inclusão.