Ao final da manhã deste sexta-feira, se tudo correr como previsto, a Torre 4 do Bairro do Aleixo já será um enorme monte de entulho. Em cinco segundos, 13 andares e nove mil toneladas de tijolo, cimento e aço virão abaixo.
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Há um mês que a Torre 4 vem sendo esventrada de tudo o que sejam madeiras, plásticos, metais e vidro. As paredes não estruturais também foram removidas. Com estes materiais retirados fez-se uma pilha de de dois andares de entulho.
Na estrutura só restam agora futuros RCD: resíduos de construção e demolição. E após as centenas de detonações que, esta sexta-feira, a partir das 11 horas, deflagrarão durante três segundos, haverá nove mil toneladas de tijolo, cimento e aço, o suficiente para encher 351 camiões.
Tal como com a Torre 5, em dezembro de 2011, será utilizado o método da implosão. "É o mais rápido, mais seguro e mais eficaz. E ainda tem a componente espetáculo", explica Ricardo Pereira, diretor técnico da empresa responsável pela operação.
Mesa a que cortam pernas
Os três primeiros e o sétimo pisos têm centenas de cargas explosivas em cordões detonantes e gelamonite. Cada carga tem o seu tempo próprio de detonação. Tudo para que a torre caia de forma controlada e se autodestrua. "É como ter uma mesa a que se cortam as pernas. O que está em cima cai e parte-se. A gravidade faz o trabalho", compara o engenheiro.
Para minimizar o pó da implosão, há no interior da torre 100 sacos de plástico com mil litros de água cada. Cá fora, 16 piscinas com 240 mil litros de água cercam a torre para formar uma cortina de água. Entre PSP, INEM, Polícia Municipal, bombeiros e outros elementos, cerca de 350 pessoas estarão envolvidas na operação. A torre não deverá demorar mais do que cinco segundos a cair.