Debaixo de chuva intensa e ao som do hino nacional, mais de meia centena de comerciantes de Paços de Ferreira saíram na manhã desta quarta-feira à rua para se manifestarem contra as medidas impostas pelo Governo para conter a pandemia e que obrigaram ao fecho dos seus estabelecimentos.
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Empunhando cartazes com apelos ao Governo para que os deixe trabalhar e com gritos de indignação por se sentirem injustiçados, os comerciantes locais não esconderam a sua revolta pelo fecho do pequeno comércio, "que é sempre o sacrificado", enquanto se mantêm abertas as portas das grandes superfícies.
"Só estamos aqui a pedir para trabalhar. Neste momento podemos fazer tudo menos trabalhar e só o pequeno comércio é que está impedido, o resto está tudo aberto" afirmou ao JN Catarina Jorge proprietária de uma loja de vestuário.
Em causa, para os comerciantes, estão empresas, postos de trabalho, mas também "a vida das pessoas". "Muitas das nossas empresas não conseguem sobreviver. Não têm apoios e precisam do pouco dinheiro de caixa para sobreviver", declarou Nélson Carvalho, empresário da área da restauração, preocupado com a vida dos funcionários e das suas famílias.
Após a manifestação, que começou no Parque Urbano e terminou frente à Câmara Municipal, os comerciantes foram recebidos pelo edil municipal Humberto Brito, que se mostrou "solidário" com as suas preocupações. "Estou solidário com os meus, mas não compete à Câmara Municipal decidir sobre a abertura ou o encerramento dos estabelecimentos", rematou.