O Diwali assinala-se em todo o Mundo por estes dias. É a principal celebração do hinduísmo e simboliza a vitória do bem sobre o mal, a supremacia da luz sobre as trevas. No Porto também se festeja.
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Quando Ram entrou na cidade depois de derrotar Ravna, o pior dos demónios, foi recebido com muita luz. E assim deu início ao reinado dos bons, razão de ser do festival Diwali, a principal celebração do hinduísmo. A festa é também assinalada pelos indianos residentes no Porto, que pedem às divindades um novo ano, o 2072, cheio de prosperidade.
O Diwali é uma celebração de cinco dias, marcada pelo calendário lunar. Teve início na passada quarta-feira, dia dedicado a Laxmi, esposa de Vishnu. "É a deusa da prosperidade, que emergiu do mar e que nós adoramos porque nos protege nos nossos negócios e no nosso dia-a-dia", explicou ao JN Paresh Prabhudas, líder da comunidade hindu no Porto, na noite em que se deu início ao festival.
E foi a Laxmi que dirigiram as primeiras preces, escritas nos livros de contas dos estabelecimentos comerciais. Esses livros ficaram abertos, à espera que os espíritos os abençoassem durante a noite, e foram recolhidos no dia seguinte, o dia 12, o primeiro do novo ano do calendário hindu.
A noite que abriu os festejos reuniu cerca de 150 pessoas nas instalações da Cruz Vermelha de Massarelos e contou com a presença de Swami Umesh Yogi, mestre da tradição védica que, vindo de Rishikesh, anda em digressão pela Europa a divulgar o hinduísmo e a sua cultura. Fez a oração e entoou o cântico com que se chamou os deuses, momentos antes de todos se cumprimentarem com votos de bom ano.
Símbolo da vitória do bem sobre o mal, o Diwali significa também a supremacia da luz sobre as trevas. "Consideramos como um natal. É o dia mais importante para nós. Temos prendas, damos brinquedos às crianças e comemos doces", acrescenta Paresh Prabhudas, aludindo às cerimónias daquela noite.
Ketan Thakrar, responsável pelos assuntos culturais dentro da comunidade, disse-nos que "o fogo tem muita importância na religião hindu". Daí os rituais com as lamparinas. Outro dos momentos altos da primeira noite da festa acontece quando os mais novos pedem a bênção aos mais velhos, tocando-lhes nos pés em sinal de respeito.
A comunidade do Porto é composta por cerca de 400 pessoas. As primeiras chegaram em 1976.