A Comur, a mais importante e prestigiada conserveira da região de Aveiro, vai ampliar as instalações na Murtosa e dar emprego a, pelo menos, 15 pessoas, revelou, ao Jornal de Notícias, Nuno Pauseiro, da administração da empresa.
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Em contraciclo com a crise, a empresa da Murtosa, criada em 1942, avança com a construção de uma unidade de congelação e conservação de matéria-prima, uma obra orçada em um milhão e meio de euros (metade comparticipado por fundos comunitários), e que está a ser erguida a poucos metros da fábrica, na Zona Industrial da Murtosa. "É uma unidade de congelação dotada com a mais recente tecnologia e com capacidade para congelar uma tonelada e meia de pescado por hora", adiantou Nuno Pauseiro. O administrador espera que o nova infra-estrutura esteja concluída no "início do próximo ano".
A unidade de congelação implica a contratação de 15 funcionários, um número pequeno mas que para um concelho como o da Murtosa representa cerca de 4% dos desempregados. Segundo os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, o município tinha em Agosto 421 desempregados.
Nuno Pauseiro acredita, por isso, que não será difícil encontrar a mão de obra necessária, apesar de saber que nem toda a gente consegue trabalhar diariamente com peixe. A Comur tem 65 funcionários e a esmagadora maioria são mulheres da Murtosa.
A empresa faz 2,5 milhões de conservas por ano, 65% das quais são exportadas, maioritariamente para França, Itália, Estados Unidos e Alemanha. A sardinha domina a produção de conservas. Na melhor época de apanha (Setembro a Dezembro), a empresa da Murtosa compra 15 toneladas de sardinha por dia aos barcos que atracam no porto de Aveiro. "Mas como a sardinha só é muito boa durante uma época do ano, temos necessidade de congelá-la. Como não temos capacidade de congelação, somos obrigados a pagar a empresas que o façam, daí a necessidade de avançar para uma unidade de congelação. Como iremos baixar os custos de produção, poderemos ser mais competitivos visto", perspectiva o administrador.
Pese o domínio da sardinha, a fábrica continua a ser conhecida especialmente pelas enguias, mesmo que estas sejam maioritariamente importadas visto que a Ria de Aveiro não tem capacidade de resposta para a procura do mercado.