Será lançado até ao final de abril o concurso público internacional para a construção da Linha Rubi e da respetiva travessia que ligará a Casa da Música, no Porto, a Santo Ovídio, em Gaia. Por enquanto, decorrem os processos de revisão de preço da obra. Isto porque o valor da empreitada irá ultrapassar os 300 milhões de euros a fundo perdido do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Correndo tudo de acordo com o previsto, as frentes de obra das estações de metro e da nova ponte começarão a abrir-se, em simultâneo, nas duas margens do rio entre o final de outubro e início de novembro. A viagem inaugural do traçado está apontada para 2026.
Corpo do artigo
"Há aqui todo um processo de aumento dos custos das matérias-primas. O revisor está a verificar a dimensão desse impacto, para quando lançarmos o concurso não corrermos o risco de ficar deserto", aponta o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga, sem avançar quaisquer estimativas quanto ao aumento de custos. A carta do PRR obriga a acelerar o processo para concluir a obra em três anos. Por isso, a empresa já lançou, em janeiro, um aviso prévio no Jornal Oficial da União Europeia com várias informações sobre as exigências do procedimento.
várias frentes de obra
"Temos consciência de que os timings que vamos dar serão mais curtos do que o habitual. Com esse anúncio, todos os concorrentes puderam já agrupar-se e começar a trabalhar", observa Tiago Braga. "Obrigará, sem dúvida nenhuma, ao arranque de um número bastante alargado de frentes de obra: as da ponte, da estação do Campo Alegre, de Soares dos Reis e Santo Ovídio. Os trabalhos terão de começar em simultâneo para garantirmos o cumprimento dos prazos que temos pela frente", enumera o presidente da Metro.
Até lá, a população é convidada a participar na escolha do nome da nova ponte, numa iniciativa entre as câmaras do Porto e de Gaia, e o Ministério do Ambiente, que tutela a Metro do Porto.
"A intenção é terminar a empreitada durante o primeiro semestre de 2026. Segue-se, em junho, a fase da pré-operação, aproveitando o mês de agosto para fazer os ensaios e arrancar com a operação comercial até ao final do ano", calendariza Tiago Braga.
"mais do que pontes"
Para o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, a nova ponte sobre o Douro é uma "obra monumental" e será a "maior das próximas décadas". Tiago Braga destaca o "respeito pelas tradições" ao convidar a população a participar na escolha do nome da travessia.
"Esse envolvimento levará a que aqueles que tiverem votado no nome da ponte se sintam um bocadinho pais e mães da designação e sintam orgulho", observa, considerando que "as pontes para o Porto foram sempre mais do que pontes: são elementos que nos aconchegam".