A obra do novo mercado municipal de Viana do Castelo, cujo início chegou a estar previsto ainda para este ano, no espaço do antigo prédio Coutinho, que foi demolido em 2022, sofreu um novo revés e terá de ser submetida a um segundo concurso público, face ao alegado elevado custo da empreitada.
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Segundo explicou esta quarta-feira o presidente da câmara, Luis Nobre, o primeiro procedimento, que esteve aberto até ao passado dia 23, recebeu uma proposta “acima do valor base”, que estava fixado em 12,6 milhões de euros, e ainda manifestações de interesse por parte de outras quatro empresas, mas alertando para a insuficiência daquele montante em relação à intervenção que é necessário realizar. Em causa, está a construção de um piso subterrâneo, numa zona que já causava problemas no tempo do prédio Coutinho, em que os moradores tinham de utilizar sistema bombagem de água para evitar o alagamento das caves. De acordo com Luis Nobre, a repetição do concurso avançará “ainda este ano”.
“Está numa zona muito particular, com um nível freático muito elevado, há uma cave e naturalmente temos de tomar todas as cautelas na construção desse piso -1, que nos preocupa. Há uma insegurança nas empresas, não querem correr riscos. Umas nem apresentaram propostas e outra apresentou uma proposta com valor superior, mas nós não podemos adjudicar. Se pudéssemos adjudicávamos”, declarou Luis Nobre ao jornalistas, no final da reunião quinzenal do executivo, explicando que as propostas “têm de ser no limite do valor base ou inferior. Não havendo nenhuma proposta nesse sentido, temos de repetir [o concurso]”.
De acordo com o presidente da câmara de Viana do Castelo, estarão agora “a ser estudadas soluções” de construção naquela área em concreto, eventualmente “corrigindo alguma situação que possa ser reajustada em função do que tinha sido o balizamento para a empreitada”.
“Estamos a trabalhar nisso, no imediato. Temos financiamento, temos o lote na nossa posse, agora é ultrapassar esta dificuldade. Implicaremos toda a nossa inteligência para encontrar, o mais rapidamente possível, uma solução, seja pela via do aumento da base do concurso, seja pela interpretação do projeto”, sublinhou, comentando que a câmara procurará evitar “os sistemas de bobagem”. “Há sistemas de bombagem em funcionamento continuo para garantir os níveis freáticos e não haver implicações ao nível de infiltrações ascendentes. Não queríamos ir por aí. O projeto estrutural prevê essa solução e é isso que se está a reinterpretar", afirmou o autarca.
Recorde-se que a obra do novo mercado vai ser concretizada com financiamento obtido através de um empréstimo contraído recentemente pela autarquia, no valor global de 14 milhões de euros, para comparticipar quatro obras. A maior tranche será aplicada na edificação do mercado municipal, cujo custo está orçado em 12,6 milhões de euros (IVA incluído). O prazo de execução da empreitada é de dois anos (720 dias).
A obra que será concretizada em pleno do centro histórico da cidade constituiu justificação para a demolição do imóvel de 13 andares, que acabou por ser executada pela sociedade Polis (Viana Polis) há dois anos.
De acordo com a última informação tornada pública pelo município sobre o projeto, o futuro mercado terá dois pisos e contemplará 28 lojas, 56 bancas de venda no interior e espaço exterior destinado a produtores locais. E ainda um parque estacionamento com 94 lugares e ligação em túnel a um outro parque existente nas imediações.