Quase 14 milhões de euros de investimento, uma execução de 93% e obra feita. É assim que o presidente da Câmara da Póvoa, Aires Pereira, vê o Relatório e Contas de 2023, aprovado pela maioria PSD. Já a oposição socialista, que votou contra, fala de prioridades erradas.
Corpo do artigo
Um “aumento desnecessário” da fatura da água e “um impacto brutal” da transferência de competências que, afinal, “não passou de um embuste”, argumenta o PS.
“Uma das maiores taxas de execução do orçamento, 93%, o que traduz bem a eficiência do município relativamente ao cumprimento do que se propôs realizar”, afirmou Aires Pereira, no final da reunião do executivo, destacando ainda a poupança corrente de 10 milhões de euros, verbas que foram alocadas ao investimento.
No que toca a obras, diz, avança “a bom ritmo” a Póvoa Arena e o prolongamento da Via B, preparam-se para arrancar em força as empreitadas da Estratégia Local de Habitação e estão prontas a Escola da Giesteira e os novos campos sintéticos do Estádio Municipal.
O documento não convenceu a oposição socialista. João Trocado lembrou que, em dezembro, a maioria PSD anunciou o aumento de 2,7% das tarifas da água, saneamento e resíduos. Agora, as contas dizem que a receita aumentou 6%, o que para o vereador do PS é a prova de que “havia margem para não subir”.
Já quanto aos principais investimentos, Póvoa Arena e Via B não seriam as prioridades do PS. O socialista deixou ainda mais uma crítica: “Em junho de 2022, Aires Pereira anunciou um prejuízo de 4 milhões de euros com a transferência de competências para as autarquias. Agora, o impacto não chega a 300 mil euros. Parece que o senhor presidente não quer fazer contas ou não sabe fazer contas. Mentiu-nos. Mentiu aos poveiros”, frisou.
“Foi muito relevante o esforço que eu e o presidente da Câmara do Porto fizemos que levou a que o Governo tivesse publicado um conjunto de portarias que resolveram questões como a da manutenção das escolas, o aumento de verbas para as refeições escolares, a questão dos seguros e a renovação do parque escolar. E por isso o impacto acabou minimizado”, justificou Aires Pereira, lembrando o recente relatório do Tribunal de Contas que diz, “de forma clara, que a transferência de competências era um manifesto prejuízo para os municípios e que foi calculada com dados errados de 2018”.