Operadores privados de transporte de passageiros terão de procurar vias alternativas ou terminais multimodais.
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Oito meses depois de ter sido inaugurado, o corredor de autocarros de alta qualidade (CAAQ), na Avenida de Fernão de Magalhães, vai passar a ser exclusivo para os veículos da STCP - Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, que apenas vai manter uma das suas linhas a circular pela Rua do Bonfim. Os operadores privados que utilizam desde setembro o corredor "inteligente" terão de procurar trajetos alternativos.
A implementação do sistema está prevista, segundo a Autarquia, para o primeiro semestre do próximo ano até porque, ao abrigo do projeto europeu C-Streets, a Câmara do Porto terá de instalar um sistema colaborativo entre veículo e infraestrutura que, para além da priorização aos veículos da STCP, permitirá uma série de serviços (informações do estado do trânsito) e interoperabilidade entre centros de controlo.
Este sistema consiste na instalação de RSU (road side units) na infraestrutura do município (em específico nos controladores de tráfego que gerem as instalações luminosas do canal) e OBU (on board units) na frota da STCP, comunicando a uma plataforma que gere a informação de todos os componentes. E, neste momento, decorrem os procedimentos de contratação dos equipamentos e da plataforma.
"São corredores muito específicos orientados para o serviço STCP onde o que se pretende é incrementar a qualidade de serviço pela sua fiabilidade, através da sua geolocalização em que as pessoas sabem em tempo real onde está o autocarro e quantos minutos falta para o autocarro chegar", explicou ao JN Pedro Baganha, vereador do Urbanismo, Espaço Público e Habitação. "Tendo o autocarro prioridade e comunicando diretamente com os semáforos, tem um controlo muito maior sobre o seu próprio fluxo de circulação", acrescenta.
Privados por outros trajetos
De acordo com o vereador, esta alteração "vai obrigar a um ajustamento nas carreiras não STCP". Os operadores privados como os que utilizam o Terminal do Campo 24 de Agosto terão de procurar outros trajetos para entrar e sair da cidade. "O que é concomitante com a nossa vontade de que a maior parte se fiquem, seja pelo Terminal Intermodal de Campanhã que abrirá dentro de dois meses, seja pelo Terminal Intermodal do Dragão, fazendo nessa zona o rebatimento entre os vários modos de transporte", salienta Pedro Baganha.
Estes interfaces intermodais com a rede do metro e autocarros privados são "uma estratégia da cidade", sendo o objetivo descongestionar as artérias, melhorando a qualidade do ambiente urbano, o reforço da atratividade do transporte público e aumentando a sua rapidez e fiabilidade.
Saiba mais
Modelo a replicar
O objetivo da Autarquia portuense é "que exista um conjunto de circulares com radiais a saírem de cada uma delas". Modelo do CAAQ vai ser repetido nas ruas da Constituição, de Damião de Góis e de Diogo Botelho (junto à Praça do Império).
Fecho de terminais
Um dos terminais da Baixa usado pelos operadores a encerrar será o da Rua de Régulo Magauanha cujos autocarros vão para o terminal da Asprela assim que a obra estiver terminada.
Corredor exclusivo
As linhas que já passam no CAAQ são a 300, 305, 401 e 800. Estas quatro linhas em conjunto garantem, em hora de ponta, 20 circulações/hora/sentido, o que corresponde a uma frequência média de um autocarro a cada três minutos.
Novas paragens
As paragens serão igualmente de última geração no que diz respeito às condições de informação, conforto e assistência à viagem para o passageiro.