O primeiro-ministro avisou que o incêndio de Monchique vai continuar a lavrar nos próximos dias, considerando que este fogo foi "a exceção que confirmou a regra" do sucesso da operação.
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Depois da publicação no Twitter na segunda-feira, esta foi a primeira vez que António Costa falou publicamente sobre o incêndio de Monchique, que deflagrou na sexta-feira, durante o balanço da resposta operacional e das medidas adotadas pelas várias entidades na sequência da onda de calor registada nos últimos dias, que decorreu na Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Lisboa.
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"Não devemos ter a ilusão de que este incêndio [de Monchique] vai ser extinto nas próximas horas. O incêndio irá, aliás, agravar", avisou, antecipando que o fogo "lavrará nos próximos dias".
Este incêndio, acrescentou, "foi a exceção que confirmou a regra do sucesso da operação ao longo destes dias".
O incêndio rural deflagrou na sexta-feira à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e lavra também nos concelhos vizinhos de Portimão e Silves.
Segundo um balanço feito hoje de manhã, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram mais de 21.300 hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.
Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.
Apelos "irresponsáveis" para desobedecer às autoridades
O primeiro-ministro qualificou como "absolutamente irresponsável qualquer tipo de apelo" para que as populações não sigam as indicações das autoridades nas evacuações preventivas durante os incêndios porque "o bem mais precioso que existe é a vida".
"Gostaria de insistir muito que é essencial para a perseveração da vida humana, para diminuirmos o risco de acidentes pessoais, que todos sigam as instruções das autoridades. As autoridades quando apelam à evacuação não estão a violar a Constituição, nem a lei, estão a assegurar o bem mais precioso que existe que é a vida", defendeu. Por isso, sublinhou, "é absolutamente irresponsável qualquer tipo de apelo para que as populações não sigam estas indicações".