Cresce preocupação com risco de derrocada de antiga hospedaria do Mosteiro de Rendufe
O executivo da Câmara de Amares voltou a mostrar muita preocupação com o estado atual do Mosteiro de Rendufe, tendo o vereador independente Emanuel Magalhães alertado para o risco de derrocada da cobertura da antiga hospedaria, que “pode cair em dois ou três meses”.
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Numa intervenção realizada no período de antes da ordem do dia da última reunião de Câmara, realizada na segunda-feira, Emanuel Magalhães afirmou que o impasse em torno da reabilitação do mosteiro é “muito triste” e pediu “sensibilidade” para salvaguardar o património.
“A informação oficiosa que tenho é que a cobertura da antiga hospedaria, em especial do antigo refeitório dos monges, poderá cair em poucos meses, se o inverno for violento. Estamos a falar de dois ou três meses”, apontou o vereador.
Na resposta, o presidente da Câmara, Manuel Moreira (PSD), disse que já tinha reunido com o presidente do instituto público Património Cultural – entidade à qual o imóvel está afeto – e que está prevista uma visita ao mosteiro na segunda quinzena de novembro. “A ideia é que possamos estar todos [os elementos do executivo], juntamente com os técnicos, para percebermos o que pode ser feito ali, quais as soluções que existem”, explicou o autarca.
A preocupação foi também acompanhada pela vereadora do PS, Valéria Silva, para quem “é fundamental” garantir que o teto do edifício da antiga hospedaria não desaba. “À parte do projeto de reabilitação mais profundo, tem de se fazer alguma coisa para segurar o teto e impedir que haja uma derrocada”, afirmou.
Conforme o JN noticiou em agosto, a empresa vencedora da concessão e exploração do Mosteiro de Rendufe solicitou a revogação do contrato celebrado ao abrigo do programa Revive. Assinado em agosto de 2021, depois de um concurso aberto no ano anterior, a concessão vigorava por 50 anos e previa a reabilitação do conjunto edificado – à exceção da Igreja – e a sua transformação num hotel com cerca de 50 quartos.
Nessa ocasião, numa resposta escrita enviada ao JN, fonte oficial do Património Cultural adiantou que “compete ao Turismo de Portugal decidir, em articulação com este instituto”, o que fazer a seguir. O Mosteiro de Rendufe está sob alçada do Património Cultural desde o passado dia 1 de janeiro, no seguimento da reforma feita pelo Governo, que levou à extinção da Direção Regional de Cultura do Norte.
No final de setembro, o PCP apresentou um projeto de resolução na Assembleia da República em que exige ao Governo a realização de obras urgentes. Após uma visita ao mosteiro, o dirigente comunista Belmiro Magalhães disse que estas são “obras de salvação” com o objetivo de “evitar uma ruína que se apresenta como iminente nalgumas partes do imóvel”.