Os queijos com Denominação de Origem Protegida (DOP) da Beira Baixa, Rabaçal e Serra da Estrela dão corpo e sabor à Rota Turística e Gastronómica dos Queijos do Centro de Portugal que foi apresentada esta sexta-feira, em Castelo Branco.
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Rota valoriza toda a fileira do queijo e pretende colocar este como um dos produtos do novo mercado de luxo, em que os consumidores procuram experiências sensoriais.
Este novo produto turístico, que integra já cerca de 50 agentes económicos, divide-se em nove roteiros, que oferecem mais de 50 experiências ligadas ao setor do queijo. A Rota é dinamizada pela InovCluster - Associação do Cluster Agro Industrial do Centro, patrocinada pelo Turismo Centro de Portugal, e deriva do Programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região Centro, que visa “contribuir para o fortalecimento e valorização desta fileira, fomentando e alavancando a procura do mercado dos queijos com DOP da Região Centro como produtos de qualidade diferenciada reconhecida”.
Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal, destacou que o setor dos queijos têm potencial para ombrear com o do enoturismo nacional, que desde 2019 é o segundo destino mais procurado na Europa depois de França, tendo já destronado a Itália. “E há algo que case melhor com um bom vinho do que um bom queijo?”, questionou.
A Rota Turística e Gastronómica dos Queijos do Centro enquadra-se, por isso, “na estratégia do Turismo de Portugal”, que quer “reforçar a comunicação e o digital para valorizar o país nos 25 mercados com quem já trabalha e nos quais promove os 22 produtos turísticos”.
O queijo pode ser também um dos produtos a vingar no “mercado de luxo”. Pedro Machado sublinhou que o conceito já não se prende com o mercado asiático e associado a destinos exóticos, nem àqueles onde existem as cadeias hoteleiras de renome. “O mercado de luxo hoje é aquele onde emergem experiências ligadas ao território, às raízes, ao silêncio e este território está em linha com o presentes e o futuro deste mercado de luxo”.
Pedro Machado recordou ainda que “o perfil do consumidor está a mudar e é fundamental termos produtos para estruturar e valorizar economicamente. Esta Rota Turística e Gastronómica dos Queijos do Centro de Portugal também vai ajudar a trabalhar o preço justo para estes produtos, em toda a fileira, pois a qualidade e a excelência de um produto precisa ter um preço justo para que esse valor possa depois ser injetado na base, no território e nos produtores”.
O projeto integra ações dirigidas a todos os agentes da fileira, desde o produtor de leite ao consumidor final e dispõe de uma aplicação que permite ao utilizador criar roteiros à sua medida, de acordo com os seus interesses.
“Desde vestir a pele de pastores e acompanhar os rebanhos, à ordenha, passando por workshops de confeção de queijos, visitas às queijarias, provas de degustação, a experiências gastronómicas há um conjunto de propostas únicas e distintivas que permitem mergulhar nas entranhas dos territórios e perceber o porquê destes queijos com DOP serem únicos”, avançam os produtores, lembrando que estas experiências podem ser complementadas por “visitas a museus, fábricas de burel, trilhos, castelos e aldeias históricas”.