Um menino de dois anos morreu, na sexta-feira à noite, após cair do quinto andar do apartamento onde morava em Telheiras, em Lisboa.
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O comissário Bruno Pereira, da PSP, disse ao JN que "o menor aparentemente estaria sozinho em casa" e, por isso, poderemos estar perante "uma situação de exposição ao abandono, de negligência parental". A Polícia Judiciária está a investigar.
Num bairro social, localizado na Rua Professor Fernando Melo Moser, em Telheiras, este sábado o ambiente era de profunda consternação. O pai da criança que perdeu a vida, sentado sozinho do outro lado da rua onde aconteceu a tragédia, estava em choque. Movimentava-se de um lado para o outro a sussurrar palavras impercetíveis e voltava a sentar-se enquanto olhava fixamente o prédio, de onde o filho de dois anos caiu de cerca de 12 metros.
Os vizinhos que falaram com o JN, que preferiram manter o anonimato, estavam "em choque". "Encontrava-me à janela e vi a criança a cair ao chão. Foi uma questão de segundos, nem consigo falar", partilhou uma das moradoras. Outro vizinho, também estava em casa quando ouviu "um estrondo e depois o aparato". "A criança caiu no parapeito do prédio, o que nos leva a acreditar que foi um acidente. Se a tivessem empurrado teria caído no chão da rua", explica.
Segundo o mesmo morador a polícia foi a primeira a chegar e o INEM demorou cerca de "20 minutos". "Não percebo porque demorou tanto, uma vez que está a três minutos daqui", afirmou. Quando o INEM chegou, o menino, que tem uma irmã de cinco anos, ainda apresentava sinais vitais. "Chegou [ao hospital] em manobras de reanimação, que continuaram, sem sucesso", confirmou ao JN fonte oficial do hospital.
Um dos moradores afirmou ao JN que as crianças já estariam sinalizadas pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, mas a PSP não conseguiu confirmar essa informação. O comissário Pereira da PSP disse que a Polícia Judiciária está a averiguar se há "potencial responsabilidade criminal". "Poderá haver no limite responsabilidade negligente. A ser verdade que estaria sozinha a responsabilidade criminal será imputável a quem tem a tutela e guarda do menor", acrescentou.