Odor nauseabundo dura há três anos. Sete juntas escreveram ao Governo a exigir solução.
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Um "fedor que não pára" e até "provoca vómitos às crianças" das escolas. Foi para denunciar esta situação que sete presidentes de junta de freguesias da Póvoa de Varzim e Barcelos escreveram à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), à ministra do Ambiente e a comissária europeia. Em causa está o aterro da Resulima, em Paradela, Barcelos.
“No primeiro dia de aulas, o odor foi sentido intensamente no período da manhã, com reclamações dos pais relatando vómitos dos educandos a caminho da escola, com a necessidade de voltarem para trás para trocarem de roupa”, afirma a carta, assinada pelos presidentes de junta de Laundos, Rates, Estela, Aver-o-Mar/Amorim e Terroso, Aguçadoura e Navais (Póvoa de Varzim), Cristelo e Barqueiros (Barcelos).
Os sete autarcas dizem que “desde o primeiro dia de aulas o fedor não pára” e, esta semana, sobrepõe-se mesmo ao intenso cheiro a fumo, decorrente dos muitos incêndios na região.
Lembram que os “odores nauseabundos afetam negativamente as populações vizinhas, num raio que em função dos ventos atingem cerca de 11 mil cidadãos em mais de uma dezena de freguesias” e lamentam que, quase três anos depois da entrada em funcionamento do aterro, a situação se mantenha perante “a passividade das autoridades competentes”.
“Portugal não pode ter regiões negras no país, onde os resíduos são depositados com tratamento inadequado (ou quase sem tratamento) emanando odores nauseabundos, desrespeitando os cidadãos!”, frisam ainda, apelando à CCDR-N, à APA e à ministra do Ambiente, à comissária europeia e as autarquias servidas pela Resulima para que tomem medidas “para resolver cabalmente a situação”.
Primeira fase das obras ainda nem começou
A Resulima lançou já o concurso no valor de 2,1 milhões de euros para fazer "o fecho do biofiltro existente e passagem do ar pré-tratado por tratamento complementar" e a "cobertura dos tanques da estação de tratamento de lixiviados e envio do ar para tratamento”. A obra ainda não começou. Deverá demorar 225 dias e espera-se que possa ajudar e mitigar o mau-cheiro;
São precisos seis milhões
Esta é apenas a primeira fase de um investimento orçado em seis milhões de euros, de acordo com o estudo feito pela Universidade de Aveiro, destinado a resolver o problema. O aterro, situado na fronteira de Barcelos com a Póvoa, custou 28 milhões de euros, mas, desde o início, que é alvo de um coro de críticas pelas populações vizinhas, devido aos maus-cheiros;