Três filhos foram institucionalizados quando a refugiada viajou para a Ucrânia e os deixou com amigos.
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As três crianças ucranianas que foram institucionalizadas no início de outubro, num centro de acolhimento de menores em risco de Viana do Castelo, após a mãe ter saído do país deixando-as ao cuidado de várias pessoas sem laços familiares, foram entregues à progenitora.
Segundo o Padre Artur Coutinho, presidente da instituição "O Berço", que acolheu os menores (uma menina com seis anos e dois rapazes com 9 e 11) no dia 4 de outubro, a cidadã ucraniana regressou a Portugal e aquele centro acabou por receber "autorização de entidades superiores para entregar as crianças à mãe no passado dia 21", afirmou este sábado ao JN.
A mulher, de 36 anos, terá justificado a sua saída de território nacional com "uma ida à Ucrânia para prestar assistência a familiares com problemas de saúde, nomeadamente à mãe", disse ontem o padre.
Recorde-se que as crianças, acolhidas no passado mês de março em Viana do Castelo juntamente com a mãe, foram institucionalizadas após o agrupamento de escolas da Abelheira, que frequentam, ter feito reiteradas denúncias sobre o facto de a cidadã ucraniana ter viajado para fora do país deixando os filhos ao cuidado de três pessoas indicadas num papel manuscrito entregue na escola.
Nos dias anteriores à institucionalização, foram à escola buscar os alunos uma portuguesa que acompanhava a família desde a sua chegada a Viana do Castelo, depois uma "amiga" da progenitora de nacionalidade ucraniana e, por último, um cidadão russo com visto de turista. Nesse dia, a escola não autorizou a saída das crianças.
Na altura, questionada pelo JN, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Viana do Castelo informou que a refugiada ucraniana, saiu de Portugal a 28 de setembro, mas com intenção de regressar. "Informamos que a progenitora se encontra temporariamente ausente do país e tem data de regresso prevista para breve", informou por email a CPCJ, adiantando também que "não existe processo de promoção e proteção nesta CPCJ, tendo sido aplicado procedimento de urgência".