O rio Douro já reabriu ao turismo, mas os barcos rabelos que fazem circuitos no Porto e em Gaia continuam parados à espera de visitantes.
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O momento é de expectativa e a maioria dos operadores vão esperar pela segunda quinzena de julho para reiniciar a atividade. A aposta este ano é no mercado nacional e espanhol. Por enquanto, rio acima seguem apenas os navios-hotel da Douro Azul, que rumam até Barca d"Alva.
"Vamos ver como será a procura assim que as fronteiras forem abertas no dia 1 de julho, mas quase de certeza que até ao dia 15 não será retomada a atividade", explica Tânia Nogueira, da Cruzeiros no Douro. Com os turistas estrangeiros ainda longe de regressar ao Porto, a aposta das empresas vai para portugueses e espanhóis e algumas criaram já pacotes específicos, mais ao gosto do turista ibérico e à medida da sua carteira.
É o caso da Douro Azul, a empresa de Mário Ferreira, que iniciou na quinta-feira as suas viagens em barcos-hotel, do Cais de Gaia até Barca d"Alva.
Num navio com capacidade para 130 passageiros (mais 35 tripulantes) embarcaram apenas 20 pessoas. Ontem, uma segunda embarcação seguiu viagem com mais 45. Tudo alemães, os primeiros europeus a sair de forma segura do confinamento.
franceses e americanos
"Em julho, esperamos receber os franceses e mais tarde os americanos. A aposta no mercado nacional surge porque temos um navio disponível e vamos mostrar aos portugueses que o Douro não é só vinhas, proporcionando uma descoberta através de uma experiência única", afirma Bruno Ribeiro, responsável pelo marketing da Douro Azul que tem cinco navios de cruzeiro e dois rabelos que só operam no circuito das pontes.
Por cinco dias e com tudo incluído, a experiência custa 800 euros por pessoa, praticamente metade do preço pago pelos alemães que embarcaram ontem.
"A nossa maior preocupação é prestar o serviço com a máxima segurança e que o turista se sinta seguro", acrescenta Bruno Ribeiro. A todos os interessados em viajar nos barcos da empresa é pedido um questionário de saúde, à chegada a bagagem é desinfetada, e o turista tem de passar por um túnel de desinfeção termográfica que mede também a temperatura corporal. O uso de máscara e a desinfeção das mãos é obrigatória e todos estes procedimentos são repetidos sempre que o turista sai da embarcação, no cais da Régua, do Pinhão e em Barca d"Alva.
"O importante, mesmo com menos turistas a bordo, é darmos uma mensagem de segurança e de que estamos a operar, proporcionando a melhor experiência possível", diz Célia Lima, responsável pela comunicação da Tomaz do Douro, também ainda à espera de reiniciar os cruzeiros e cuja aposta este ano é, à semelhança dos concorrentes, o turista português.
Pormenores
Navegação - A navegação no Douro está aberta desde março mas só no início deste mês a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) anunciou o restabelecimento da atividade marítimo-turística na Via Navegável do Douro.
Operadores - No ano passado, contabilizaram-se 85 operadores (77 em 2018 e 61 em 2017), 186 embarcações e uma capacidade total de 11 007 passageiros.
Passageiros - Segundo dados da APDL, em 2019 a Via Navegável do Douro atingiu 1 644 937 de passageiros.