<p>Fábrica-Escola Irmãos Stephens, Manuel Pereira Roldão, J.F. Custódio e Ivima. Estes são alguns nomes que ao longo de décadas estiveram na génese do sucesso da indústria vidreira na Marinha Grande e que deram ao concelho o estatuto de capital do vidro.</p>
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Foi, também, com aqueles nomes que se escreveram os momentos que marcaram o declínio deste sector, que tem no Museu do Vidro, propriedade municipal, parte da sua memória. "Hoje, a Marinha Grande, embora continue muito ligada à indústria do vidro, e a ostentar com orgulho o título de capital do vidro, vive uma realidade já bastante diferente", admite o presidente da Câmara, Alberto Cascalho.
A coordenadora da Zona Centro do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), Etelvina Rosa, acrescenta que "são poucas as empresas da indústria vidreira que realmente resistem" no concelho.
Etelvina Rosa aponta números que indicam que o sector perdeu, na última década, 1200 postos de trabalho. "O desemprego na Marinha Grande começou a sentir-se fundamentalmente no sector do vidro e, em particular, na cristalaria manual", anota o director do Centro de Emprego, Álvaro Cardoso.
A responsável do STIV diz no entanto que não é por esta razão que a Marinha Grande deve perder o estatuto de capital do vidro, alimentando uma espécie de regresso ao passado, ao mesmo tempo que se mostra crente na reactivação de unidades fabris de que, nalguns casos, apenas restam as paredes de um edificado que resiste ao tempo.
Opinião contrária tem o director do Centro de Emprego. "Do ponto de vista económico, de viabilidade deste sector, os exemplos que temos não nos auguram grandes esperanças a esse nível", refere Álvaro Cardoso, que antevê o futuro da cristalaria manual como uma arte mas não como uma actividade profissional.