O homem que encontrou, esta quarta-feira, o menino de 18 meses, desaparecido na Calheta, Madeira, durante três dias, disse que a criança estava sentada na floresta, debilitada, molhada, com frio e fome.
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"A criança estava sentada, debilitada, tinha frio, estava com fome e molhada", relatou à agência Lusa Manuel Teixeira, um levadeiro (homens que controlam a distribuição da água de rega na Madeira), de 61 anos e 40 de experiência profissional.
"Estou muito contente. Feliz por tê-la encontrado, porque se trata de um ser humano, uma criança que não tem defesa, não se pode defender em nada", desabafou.
Manuel Teixeira explicou que, esta quarta-feira de manhã, quando ia com os companheiros para o trabalho na Levada do Lameiro, na zona alta da Calheta (oeste da Madeira), ouviu "um choro de criança".
"Eu disse aos outros: parece que está uma criança a chorar", relatou o levadeiro, adiantando que fizeram silêncio e voltaram a ouvir o choro.
Então, exclamou: "É o pequeno!". De imediato, todos largaram as sacolas e os chapéus-de-chuva que transportavam e foram para o meio do mato procurar.
"Encontramos o pequeno no meio do mato", lembrou, mencionando que o menino estava a cerca de "30 metros abaixo da levada, no meio da feiteira e dos eucaliptos".
Depois, "chamei a Polícia e peguei no pequeno" disse, referindo que as autoridades lhe deram a indicação para "não tocar nele, nem lavá-lo", pelo que decidiu levar a criança para a levada.
A criança estava no meio da feiteira, a uma distância de aproximadamente 30 metros abaixo da levada, mas a cerca de 20 metros acima de um trilho que vai dar à casa do tio Vicente, de onde, no domingo, desapareceu durante uma confraternização familiar e que fica sensivelmente a um quilómetro de onde foi encontrada.
A Levada Nova é um curso de água tem um total de cerca de 79 metros de extensão e divide-se em duas partes na central elétrica da Calheta, uma para a Ponta do Pargo e outra para o concelho da Ponta do Sol.
O menino está em observação no Hospital do Funchal.