O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, apontou para o "próximo mandato" novas demolições bairro do Aleixo.
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"Só permitiremos demolições no bairro do Aleixo depois de termos isto [habitação social nas Eirinhas, com conclusão prevista para final de 2017] e a travessa de Salgueiros prontos", afirmou o autarca Rui Moreira, admitindo que tal só acontecerá no próximo mandato, depois das autárquicas do próximo ano.
Rui Moreira, que falava aos jornalistas à margem da apresentação do projeto de urbanização das Eirinhas, notou que as demolições do Aleixo não podem avançar antes de o fundo imobiliário Invesurb construir, em diversas zonas da cidade, a habitação social prevista como contrapartida pela demolição daquele bairro problemático de Lordelo do Ouro.
Moradores que ainda residem no Aleixo "vão ter de aguentar mais um ou dois anos"
"Não vamos fazer agora demolições e espalhar as pessoas que ainda vivem no Aleixo pela cidade, porque isso seria péssimo para eles e para a cidade", afirmou o autarca.
De acordo com Rui Moreira, dessa forma a Câmara ia "gastar muito rapidamente o contingente de habitação social existente, uma vez que o mesmo "não é suficiente para os pedidos" que a autarquia recebe.
"Temos, neste momento, 700 pedidos. Se fizéssemos as demolições no Aleixo, rapidamente esgotaríamos o stock que estamos a disponibilizar a outras pessoas que precisam de casa", explicou.
Moreira admitiu que os moradores que ainda residem no Aleixo "vão ter de aguentar mais um ou dois anos" por realojamentos.
Segundo o autarca, até lá a Câmara pode aplicar "medidas pontuais, apenas", para melhor as condições de vida dos habitantes.
Numa proposta aprovada no fim de abril, a Câmara indicava um total de 11959 metros quadrados de "área bruta de construção e reconstrução" a serem feitas em cinco locais da cidade pelo Fundo do Aleixo como contrapartida pela demolição daquele bairro.
Implosão da primeira torre do bairro foi feita a 16 de dezembro de 2011 e a segunda em abril de 2013
O documento identifica as zonas de Mouzinho da Silveira (reabilitação de 502 metros quadrados de área bruta), Musas (reabilitação de 1102 metros quadrados), bairro do Leal (construção e reabilitação de uma área total de 5121 metros quadrados), Travessa de Salgueiros e Fernão de Magalhães (2149 e 3085 metros quadrados de construção nova).
Esta quarta-feira, Rui Moreira explicou que o projeto de Fernão de Magalhães vai ser, afinal, aplicado nas Eirinhas, onde se prevê que o Invesurb aplique 2,9 milhões de euros para 48 fogos de habitação social.
A implosão da primeira torre do bairro foi feita a 16 de dezembro de 2011 e a segunda em abril de 2013, mas cerca de um ano depois, já com Rui Moreira na presidência da Câmara (sucedeu ao social-democrata Rui Rio), o Invesurb entrou em risco de liquidação por estar no limite do capital máximo admitido (cinco milhões de euros).
Em junho de 2014, a Câmara anunciou que, "depois de mais de dois anos de impasse, foi encontrada uma solução para o problema, com o grupo Mota-Engil a tornar-se parceiro e a investir cerca de dois milhões de euros no fundo.
A autarquia adiantava também a intenção de realojar mais de 300 moradores das três torres ainda por demolir no Bairro do Aleixo, graças à entrada da Mota-Engil como parceiro no fundo imobiliário criado para o efeito.