<p>O imenso mono, edifício inacabado com sete andares, já faz parte da paisagem urbana de Valongo há quase uma década. Está ali, à face da A4. Mas vai deixar de estar. Esta quarta-feira começa a ser demolido. Piso a piso, vai desaparecer. </p>
Corpo do artigo
É o início do processo, no terreno, para acabar com o problema dos edifícios inacabados e abandonados pelos empreiteiros ou promotores imobiliários. Outros quatro empreendimentos estagnados vão ser concluídos ou parcialmente demolidos. A Câmara de Valongo quer acabar com a praga dos edifícios devolutos. Conforme explicou o vereador do Urbanismo, José Luís Pinto, os esqueletos de betão "dão mau aspecto urbanístico" e alguns são refúgio para actividades marginais.
O autarca salientou que o esforço para acabar com estas situações já se prolonga há bastante tempo. A intervenção no terreno é o culminar do processo de negociação com as instituições bancárias que acabaram por ficar com os empreendimentos, por falência das empresas promotoras.
José Luís Pinto explicou que os proprietários dos imóveis têm duas soluções: ou regularizam a situação dos empreendimentos e concluem os edifícios ou avançam para a sua demolição. Nas situações de legalização e continuação dos projectos, serão estabelecidos protocolos que definem prazos para a execução da obra.
No caso do edifício inacabado junto à A4, na Rua de Álvares Cabral, a solução passa pela sua destruição. A decisão foi tomada "depois de várias reuniões" entre a Câmara e o BPN (proprietário).
A construção do empreendimento, com sete pisos e uma área de aproximadamente oito mil metros quadrados de construção acima do solo (mais dois mil metros quadrados subterrâneos), começou em 1999. E começou logo mal: segundo a Câmara, sem o respectivo alvará. Os problemas agudizaram-se com a falência do promotor, passando a obra para a propriedade do BPN. Os trabalhos nunca mais prosseguiram. Ficou um esqueleto de betão sem destino. Com o passar dos anos, a estrutura foi ficando cada vez mais degradada e, observa a Câmara, "não se adivinhava qualquer solução para breve".
"Durante as negociações, a Câmara colocou em cima da mesa duas hipóteses: a legalização da obra (apresentação de projectos e obra devidamente limitada por prazos) ou a demolição e vedação do terreno. Depois de alguma pressão por parte da Autarquia para a resolução da questão, o BPN decidiu-se pela demolição", explica o município.
O edifício será "desmontado" piso a piso, até porque os materiais serão reciclados. A implosão foi descartada, dada a proximidade da auto-estrada.