Serviço de perdidos e achados da Metro do Porto, na Trindade, armazena todo o tipo de artigos. Nesta altura do ano, guarda-chuvas são às dezenas.
Corpo do artigo
No verão, são toalhas de praia, pára-ventos e guarda-sóis. No inverno, é "a epidemia dos guarda-chuvas". Mas durante o ano todo somam-se as descobertas caricatas no serviço de perdidos e achados da Metro do Porto, que funciona na estação da Trindade.
Ali, aparece de tudo. Até dentaduras, alianças, disquetes, presentes ainda embrulhados, roupa interior e carrinhos de bebé que, por mais estranho que possa parecer, nem sempre são reclamados.
Este ano, até novembro, foram registados, etiquetados e devidamente armazenados 5612 artigos, um número que inclui os muitos passes que acabam esquecidos nas composições ou fora delas. Destes, cerca de três mil achados foram recuperados.
"Muitas pessoas nem imaginam que guardamos tudo, quer seja um caderno, uma bolsa ou um guarda-chuva", adianta ao JN Ondina Silva, responsável pela informação ao público e pela gestão dos perdidos e achados.
Num serviço onde se acumulam milhares de artigos, todos os pormenores contam e a organização é a chave para o sucesso. Quando perdem alguma coisa, os clientes devem ligar para a linha 808 20 50 60 ou enviar um email, preenchendo o formulário disponível no site da Metro do Porto.
MAIS OBJETOS PERDIDOS
"Quanto mais cedo o fizerem, melhor", garante Ondina Silva, acrescentando que em alguns casos, quando as situações exigem alguma urgência e se consegue ter conhecimento do caso no momento, os artigos podem ser enviados pela linha de metro onde a pessoa viajou. "E até já enviámos coisas para o estrangeiro."
Com o aumento de passageiros desde abril, altura em que foi implementado o passe único na Área Metropolitana do Porto, Ondina Silva assegura que o número de objetos perdidos também aumentou.
"Há de tudo. Mas, nesta altura, os guarda-chuvas são às dezenas, é uma epidemia", partilha Fernando Santos, o agente de estação que, sorridente, fala em dois tipos de "milagres" que acontecem com frequência. "Há quem deixe a bengala e passe a conseguir andar sem ela. E há quem perca a carteira com dinheiro e documentos e consiga reaver tudo."
Independentemente do valor monetário dos artigos, a responsável pelo serviço sublinha que "todos são tratados com o mesmo respeito". Mas, as regras são diferentes. "Os artigos perecíveis só ficam armazenados até ao final do turno. No caso das lancheiras, por exemplo, a comida deita-se fora ao fim dessas horas e guarda-se a lancheira. Se forem considerados valores, ficam aqui 24 horas e depois são encaminhados para a PSP", diz Ondina Silva, concluindo que todos os outros achados seguem, ao fim de 30 dias, para a PSP.
PSP vende bens não reclamados em leilão
Além da Metro do Porto, também os Correios, a Infraestruturas de Portugal e os centros comerciais encaminham diretamente os achados para a PSP. Já a STCP, "que tem uma portaria legal que lhe permite leiloar os achados", apenas encaminha os documentos, como disse ao JN fonte da PSP. Por ano, há dois leilões para vender os bens que não foram reclamados. O montante reverte para os serviços sociais da PSP. Mas, "por uma questão de proteção de dados, todos os aparelhos que tenham memória interna não são vendidos".
2818 artigos entregues à PSP em 11 meses
Até novembro deste ano, a Metro do Porto entregou 2818 artigos à PSP. Os passes são encaminhados diretamente para a Loja Andante.
Todos os dias
O serviço de perdidos e achados da Metro do Porto funciona todos os dias, das 8 às 20 horas. A PSP aconselha os passageiros a transportar "os bens de maior valor nos bolsos interiores".